quinta-feira, 9 de outubro de 2008

Desinfetantes deixam bactérias mais fortes

Um estudo americano mostrou que bactérias expostas a pequenas doses de biocidas, usados em desinfetantes e antissépticos, podem ficar mais fortes e imunes a antibióticos, em vez de serem eliminadas

REDAÇÃO ÉPOCA

Se você usa desinfetantes pensando que vai eliminar o perigo de contaminação da sua família por bactérias, talvez seja a hora de repensar as compras de material de limpeza para o lar. A edição de outubro da revista Microbiology publicou um estudo que provou que produtos químicos usados para matar bactérias podem estar fazendo o contrário: deixando os microrganismos ainda mais resistentes.

Se usadas em pequenas quantidades, essas substâncias, chamadas biocidas, podem fazer com que a potencialmente letal bactéria Staphylococcus aureus se torne mais resistente à ação de antibióticos. O S. aureus é responsável por infecções no coração, medula óssea, pele e sistema gastrointestinal. A doença mais perigosa provocada pelo microorganismo é uma síndrome, que leva à pressão baixa, febre, perda de consciência e insuficiência de múltipla dos órgãos.

Biocidas fazem parte da composição de desinfetantes e antissépticos, normalmente usados na limpeza doméstica, hospitais, esterilização de equipamentos médicos e descontaminação da pele antes de cirurgias. A pesquisa mostrou que tais produtos matam bactérias e outros microrganismos se forem usados em níveis corretos. Entretanto, se quantidades inferiores aos indicados forem aplicadas no local que deveria ser esterilizado, os micróbios podem sobreviver, tornando-se mais resistentes em uma aplicação futura.

Os pesquisadores expuseram amostras de S. aureus a baixas concentrações de diversos biocidas usados freqüentemente em hospitais. Ao analisar o efeito da exposição, identificaram o surgimento de bactérias mutantes, mais fortes e capazes de diminuir o efeito de antibióticos.

Segundo os estudos, se bactérias que vivem em ambientes protegidos são expostas repetidamente a biocidas, por exemplo, durante a atividade de limpeza, elas podem desenvolver resistência a desinfetantes e até a antibióticos. Por isso, os pesquisadores destacam a importância do uso cuidadoso e adequado tanto de antibióticos como de biocidas.

Fonte:

Revista Época

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