quarta-feira, 10 de outubro de 2007

Gordura hepática e síndrome metabólica

A síndrome metabólica representa um agrupamento de fatores de risco que supõem aumentar o risco de doenças cardiovasculares e de diabetes melito tipo 2 mais que os componentes individuais [obesidade abdominal, triglicérides elevados, HDL colesterol baixo, hiperglicemia e hipertensão]. A fisiopatologia da síndrome metabólica inclui a resistência à ação da insulina.

A insulina normalmente inibe a produção de glicose e de VLDL (triglicérides) pelo fígado. A acumulação de gordura no fígado por causas não alcoólicas está associado com resistência à insulina.

Este estudo examina a relação entre o conteúdo de gordura hepática e alguns marcadores que podem ser medidos na prática clínica. Foram recrutados não diabéticos entre 20 a 56 anos sem doença aguda ou crônica conhecidas (exceto obesidade, hipertensão e dislipidemia), que não consumissem mais de 20 gramas de álcool por dia.

Os indivíduos com síndrome metabólica tinham um maior conteúdo de gordura hepática comparados com aqueles sem a síndrome.

O conteúdo de gordura hepática correlacionou melhor com a gordura intra-abdominal que com a subcutânea.

De todos os parâmetros analisados, os níveis em jejum de insulina e de peptídio C tiveram as correlações mais fortes com conteúdo de gordura hepática.

As concentrações de ALT e AST correlacionaram positivamente com a gordura hepática.

Concluíram que o conteúdo hepático de gordura, medido pelo método mais confiável atualmente disponível, foi 4 vezes maior em sujeitos com síndrome metabólica independente da idade, sexo e índice de massa corpórea, aumentando em proporção ao número de componentes da síndrome apresentados.

Em relação aos critérios do IDF para a síndrome metabólica a circunferência da cintura foi que melhor se correlacionou com o conteúdo de gordura hepática.

Os níveis séricos de ALT não são bons marcadores de gordura hepática. Os níveis de AST são ainda piores.

Os dados apresentados reforçam a noção de que as pessoas que acumulam excesso de gordura no fígado são aquelas que desenvolvem a síndrome metabólica.

Referência

Kotronen, A. at al, Liver Fat in the Metabolic Syndrome. J Clin Endocrinol Metab.
2007; 92(9):3490–3497

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