terça-feira, 26 de maio de 2009

Só 1 em cada 5 cardiopatas flagra doença em check-up

Estudo com 13 mil pessoas mostra que metade descobre o problema avançado
Doenças cardiovasculares são a primeira causa de morte no país e no mundo; exames anuais devem ser feitos a partir dos 55 anos


GABRIELA CUPANI para a FOLHA DE SÃO PAULO

Terça-feira, 26 de maio de 2009

Apenas 19% dos portadores de doenças cardíacas descobrem que têm o problema durante exames de rotina antes de os sintomas aparecerem -normalmente, em situações extremas como o infarto.
Isso é o que comprovou um levantamento feito por pesquisadores do Northwest Cardiovascular Institute (EUA) com mais de 13 mil pessoas (homens e mulheres com mais de 65 anos), publicado na edição de maio do "International Journal of Clinical Practice".
Entre os entrevistados que apresentavam problemas cardiovasculares (como angina, insuficiência cardíaca ou que haviam sido submetidos a procedimentos como angioplastia ou ponte de safena), quase a metade (48%) só identificou sua condição ao sofrer sintomas como dores fortes ou mesmo um ataque cardíaco.
Cerca de 15% descobriram o problema durante o tratamento de outras doenças, em consultas com endocrinologistas ou neurologistas, por exemplo.
No caso dos diabéticos, grupo considerado de alto risco para doenças cardiovasculares porque a taxa elevada de glicose no sangue predispõe a infartos e derrames, 54% dos entrevistados foram diagnosticados após sintomas e 22% enquanto tratavam outra doença.
Normalmente, a doença cardiovascular é assintomática. Quando os primeiros sinais surgem, o problema já está em estágio avançado.
Justamente pela falta de sintomas, a primeira estratégia para detectar quem tem riscos de adoecer é avaliar a presença de fatores de risco (tabagismo, hipertensão, altos níveis de colesterol, diabetes, obesidade e sedentarismo), além do histórico familiar.
Mas os especialistas concordam que a maior parte das pessoas não conhece bem esses fatores e não costuma se submeter a exames de rotina. "Os efeitos só vão aparecer tardiamente", diz Marcus Bolívar Malachias, diretor clínico do Instituto de Hipertensão Arterial de Minas Gerais.
"O problema é que o fato de não sentir nada não significa que a pessoa não tenha nada", afirma José Carlos Nicolau, diretor da unidade clínica de coronariopatia aguda do Instituto do Coração, em São Paulo.

Situação pior
"No Brasil a situação deve ser pior", estima o cardiologista Carlos Scherr, da Universidade Gama Filho, no Rio de Janeiro. "Há muita desinformação, as pessoas confundem os sintomas com outras doenças e muitos médicos não sabem diagnosticar direito", diz ele.
De modo geral, pessoas que não têm nenhum fator de risco nem histórico familiar devem fazer uma avaliação anual a partir dos 55 anos no caso dos homens e dos 60, nas mulheres. Alguns médicos acreditam que o acompanhamento deve ser ainda mais cedo. "Recomendo check-ups anuais a partir dos 40 ou 50 anos", diz Nicolau.
Quando há na família algum parente que sofreu um infarto ou morte súbita antes dos 55 anos (em homens) ou dos 65 (no caso das mulheres), o ideal seria começar um programa de prevenção ainda na infância.
"Nesses casos, desde os três anos de idade a criança deveria ser estimulada a ter uma alimentação adequada, praticar atividade física e controlar o peso", diz Scherr.
Essas pessoas também precisam monitorar mais cuidadosamente a pressão sanguínea e os níveis de colesterol.

Hábitos saudáveis
A adoção de hábitos saudáveis como não fumar, controlar o peso e praticar atividade física regularmente deveria ser regra, independentemente da presença de fatores de risco e de histórico familiar. "Mudar a realidade envolve conscientização e educação, pois mesmo nas classes mais altas há muita desinformação", diz Marcos Knobel, coordenador da Unidade Coronariana do hospital Albert Einstein, em São Paulo.
As doenças cardiovasculares são a primeira causa de morte no mundo. No Brasil, matam 300 mil pessoas a cada ano.

domingo, 17 de maio de 2009

Cientistas sugerem que exposição ao formaldeído (formol) pode aumentar o risco de morrer de câncer linfático e (do sangue) do sangue

O New York Times (13 maio de 09) relata um estudo dos pesquisadores do National Cancer Institute sugerindo que "operários de fábricas expostos a altos níveis de formaldeído foram mais prováveis de morrer câncer hematológico e linfático que operários com baixos níveis de exposição". Contudo, "após a exposição ter cessado o risco de morrer diminuiu". Para fazer o estudo os pesquisadores "observaram aproximadamente 14000 mortes entre 25619 operários, a maioria homens brancos, que começaram a trabalhar antes de 1966 em 10 indústrias que produzem formaldeído e resinas de formaldeído. Durante os 40 anos seguintes, "operários com maior exposição ao formaldeído tiveram 37% mais chances de morte por câncer hematológico e linfático que aqueles com menos exposição".

Além disso, os operários tiveram "78% mais chances de morrer por leucemia mielóide – um câncer de células brancas do sangue – comparado com aqueles com menores níveis". Ainda, Laura Beane Freeman, chefe da pesquisa e cientista do NCI, disse que "o risco total de morte por estes cânceres foi relativamente baixo, causando somente 319 das 14000 mortes durante o estudo". Enquanto os pesquisadores "admitem que não sabem por quais mecanismos o formaldeído cause leucemia", acrescentam "que pessoas expostas ao formaldeído tem maiores taxas de anormalidades cromossômicas em seus linfócitos, um tipo de células brancas que combatem infecções". O estudo foi publicado no periódico
Journal of the National Cancer Institute.

Aqui no Brasil o uso do formol em salões de beleza em produtos para alisar os cabelos e endurecer as unhas, produzidos de forma artesanal ou em fábricas de fundo de quintal coloca em risco a saúde dos profissionais e dos clientes.

sexta-feira, 15 de maio de 2009

Sucesso em Pesquisas com Células-tronco no Tratamento do Diabetes

Por Pablo de Moraes para o site endocrino.org.br

Descobertas recentes e estudos bem sucedidos estão fazendo a ciência mundial voltarem os olhos para o Brasil. É que uma equipe de cientistas da Universidade de São Paulo, em Ribeirão Preto, tem conseguido resultados surpreendentes em pesquisas com células-tronco e, devido ao sucesso, mereceram destaque em importantes periódicos mundiais, entre eles o Jama (Journal of the American Medical Association).

Leia tota a história aqui.

domingo, 26 de abril de 2009

Gripe suína - Risco de uma Pandermia

A deflagração de um foco de gripe suína (H1N1) na Cidade do México, com transmissão humano a humano coloca o mundo em risco de uma epidemia em escala mundial (pandemia).

Além de ser um novo vírus, para o qual não há ainda vacina disponível, é naturalmente resistente ao oseltamivir (Tamiflu®). Esta resistência surgiu espontaneamente e não por pressão seletiva, como nas bactérias que expostas aos antibióticos adquirem vantagem ao se tornarem resistentes aos antibióticos.

O oseltamivir (Tamiflu®) é um inibidor da enzima neuraminidase contendo a disseminação do vírus. Quando iniciado nos primeiros dias de infecção diminui a duração e a gravidade da doença, sua administração é em compridos. Outro inibidor da neuraminidase existente é o zanamivir (Relenza®), menos disponível e é administrado por inalação, combatendo o vírus mais no pulmão, ao contrário do oseltamivir que atua em todo o corpo. O zanamivir é efetivo contra o a cepa H1N1 e a possibilidade de resistência espontânea é menor.

A porcentagem de resistência espontânea na cepa H1N1 varia entre as regiões do mundo, 10% nos Estados Unidos, 25% na Europa e assustadores 70% na Noruega. Não há ainda informações precisas para o atual surto na Cidade do México.

Para evitar uma tragédia com milhares ou mais provável milhões de mortos a cooperação próxima e sinérgica entre Organização Mundial de Saúde (WHO), o Centro de Controle de Doenças (CDC) Norte-americano e o equivalente Europeu e a Indústria Farmacêutica é fundamental. A produção de vacinas contra a gripe é um processo lento - os vírus são cultivados em ovos - além de limitado a poucas fábricas no mundo.

Fontes:
N Engl J Med 2009 360(10): 953-956 Global Transmission of Oseltamivir-Resistant Influenza. Anne Moscona, M.D.
Minstério da Saúde do Brasil

segunda-feira, 6 de abril de 2009

Reduzir bebida emagrece mais do que cortar comida, diz pesquisa

por JULLIANE SILVEIRA da Folha de S.Paulo

As calorias ingeridas por meio de bebidas influenciam mais na perda de peso do que aquelas consumidas por alimentos sólidos. A constatação vem de um estudo da Johns Hopkins School of Medicine, que avaliou 810 adultos com idades entre 25 e 79 anos.

Os pesquisadores acompanharam os voluntários por 18 meses e monitoraram a redução de consumo de líquidos e alimentos sólidos. Nos primeiros seis meses, observaram que a redução de somente uma porção de bebidas açucaradas (como refrigerantes e sucos industrializados) foi responsável, isoladamente, pela perda de meio quilo no período.

Já a diminuição de peso foi cinco vezes menor quando houve restrição da mesma quantidade de calorias ingeridas por alimentos sólidos. "A hipótese é que regulamos melhor a ingestão de calorias sólidas do que de líquidas. Isso significa que é mais fácil exagerar quando bebemos do que quando comemos", disse à Folha Benjamin Caballero, professor da Johns Hopkins e líder do estudo.

Para especialistas brasileiros, as calorias ingeridas por bebidas geralmente não são contabilizadas e levam ao exagero de consumo. "Essas calorias são importantes, principalmente se falarmos dos refrigerantes, que têm excesso de açúcar. O consumo dessas bebidas tem crescido em países em desenvolvimento e está nitidamente relacionado à obesidade", diz o endocrinologista Walmir Coutinho, da Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia.

O primeiro mecanismo de regulação da saciedade começa na mastigação e é uma das hipóteses para o explicar por que é mais difícil regular a ingestão de bebidas do que de alimentos sólidos. Ao mastigar e deglutir um alimento, são estimuladas regiões no cérebro responsáveis por regular a satisfação. Outra hipótese está no açúcar presente em boa parte dos líquidos ingeridos. Essa substância é um carboidrato simples de rápida absorção e estimula a produção de insulina, um hormônio que favorece o estoque da energia ingerida em forma de gordura. "A ingestão do mesmo valor calórico em proteínas não engordaria tanto", diz Coutinho. 


Erros

Entre os principais erros apontados pelos especialistas, está a ideia de que suco de frutas tem poucas calorias. "Quando a pessoa precisa perder peso, a opção é sempre ingerir bebidas não calóricas ou usar sucos com muito poucas calorias, como de acerola, limão e maracujá", diz o endocrinologista Márcio Mancini, presidente da Abeso (Associação Brasileira para Estudo da Obesidade e da Síndrome Metabólica).

Outro problema, aponta Mancini, está no uso de isotônicos quando a prática de exercícios não é intensa. Um frasco desse tipo de bebida contém cerca de cem calorias, quase o mesma quantidade presente em um copo de refrigerante. Segundo o especialista, a única bebida com calorias essencial ao organismo é o leite de vaca, por ser fonte de cálcio.

Álcool

Bebidas alcoólicas têm um processo de absorção diferenciado e, no estudo da Johns Hopkins, não exerceram influência na perda de peso de maneira significativa. Isso porque o organismo não tem capacidade de transformar o álcool presente na bebida em gordura. No entanto, bebidas fermentadas e coquetéis oferecem calorias por meio de outras substâncias presentes no líquido.

"No caso do vinho ou cerveja, por exemplo, metade das calorias são normalmente absorvidas pelo organismo", lembra Mancini. Os coquetéis oferecem calorias por meio do açúcar e de outros ingredientes utilizados na preparação.

Fonte: Folha Online 


segunda-feira, 30 de março de 2009

Para emagrecer o importante é comer bem e pouco, não importa o quanto de proteínas, carboidratos e gordura

Apesar de vários estudos ainda não há certezas sobre o efeito dos macronutrientes (carboidratos, proteínas e gorduras) sobre a perda de peso.

Uma pesquisa publicada em 26 de fevereiro de 2009 na conceituada revista médica New England Journal of Medicine (link em inglês) comparou em 811 adultos com excesso de peso e obesidade o efeito de dietas com muito ou pouco carboidratos, muito ou copo gordura e muito ou média quantidade de proteínas, os resultados em 6 e 24 meses não foram diferentes entre os participantes.

Os participantes em média não conseguiram atingir completamente os objetivos das dietas, mas aqueles com maior a participação nas consultas e melhor aderência conseguiu mais perda de peso.

Os pesquisadores concluem que uma dieta para emagrecer pode ter quantidades variáveis [sem extremos!] de gordura, proteína e carboidratos a critério do gosto do paciente. Conseguindo reduzir as quantidades de calorias ingeridas ao dia levará a perda de peso e melhora da saúde.

terça-feira, 24 de março de 2009

Níveis de vitamina D em redução

Estudo publicado no Archives of Internal Medicine relata uma tendência de queda nos níveis de vitamina D no sangue de norte-americanos de 1988 a 2004.

Uma possível explicação é uma exposição cada vez menor ao sol, tanto para evitar problemas de pele quanto a mais atividade dentro de prédios.

Hoje, cada vez mais, sabe-se da importância da vitamina D para outros órgãos e sistemas além dos ossos.