quarta-feira, 21 de maio de 2008

Nenhum Tratamento Clínico ou Cirúrgico É Capaz de Diminuir o Número de Células Adiposas

imagens de células adipócitasA revista científica inglesa Nature, no seu número de 4 de maio, publica um interessante estudo de um um grupo de pesquisadores do Institutuo Karolinska da Dinamarca.

A pesquisa foi liderada por Kirsty Spalding que demonstrou que o número de células de gordura permanece fixo a partir de 20 anos. Depois desta idade, nada é capaz de diminuir essa quantidade, seja por tratamentos clínicos ou cirúrgicos. A cada ano, independente de a pessoa estar gorda ou magra, 10% das células de gordura morrem. Porém, elas são substituidas por células mais jovens e mais ávidas em gorduras. O artigo tem o nome de "Dynamics of fat cell turnover in humans". A técnica utilizada incluiu a análise da integração de carbono radioativo no DNA da população estável dos adipócitos.

Esta é uma má notícia para todas as pessoas que precisam perder peso, pois os tratamentos assim não modificam o número de adipócitos e sim apenas a quantidade de gordura que está armazenada nestas células.

Os pesquisadores examinaram 742 pessoas, incluindo crianças, jovens e adultos de diferentes idades, e descobriram que o número de células adiposas aumenta na infância e não varia na idade adulta.

Em 687 delas, os pesquisadores realizaram biópsias do tecido da região abdominal.

Os resultados foram os seguintes:

  • Uma pessoa com peso normal acumula de 20 a 30 bilhões de adipócitos.
  • No obeso, este número varia de 60 a 80 bilhões.
  • A quantidade de células adiposas é determinada até os 20 anos e depois dessa idade não muda.
  • Todos os anos, 10 % dos adipócitos são renovados. Essas células jóvens aumentam de tamanho com mais facilidade.
  • 75 % das crianças e jovens gordos serão adultos obesos.

O efeito da cirurgia bariátrica também serviu como paramêtros de pesquisa. Em 20 voluntários obesos foram estudadas amostras de tecido adiposo antes e dois anos após a cirurgia. Apesar da perda de peso depois da cirurgia barátrica, o número de células adiposas tinha permanecido o mesmo. É por isto que um certo número destes pacientes voltam a ganhar peso com facilidade e, mais do que isto, fica mais fácil explicar o chamado efeito sanfona que é o ganho de peso que ocorre nas pessoas que fazem tratamentos clínicos e voltam a engordar, sempre para um nível superior ao do tratamento anterior.

Lester Salans, professor da Escola de Medicina Mount Sinai, em Nova York, declarou: "esta é uma nova maneira de olhar para a obesidade". Mas Stephe O'Rahly, da Universidade de Cambridge, disse que não está convencido que o número de células se mantém fixo, afirmando: Há no tecido adiposo adulto células que não contêm gordura, mas que podem acumular estas substâncias, dependendo das condições nutricionais. E finalizou: "as conclusões do estudo são prematuras".

No entanto, a experiência clínica dos médicos e pacientes em manterem um ex-obeso com baixo peso, mostra que os pesquisadores dinarmaqueses podem estar corretos.

Fonte:

Diabetes Hoje no site da SBD por Reginaldo Albuquerque

Links:

http://www.nature.com/nature/journal/vaop/ncurrent/abs/nature06902.html

http://www.nature.com/nature/journal/v453/n7192/full/453169a.html

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