sábado, 22 de setembro de 2007

Eficácia e segurança da terapia com incretinas no diabetes melito tipo 2

Amori, R. E.; Lau, J. and Pittas, A. G. Efficacy and Safety of Incretin Therapy in Type 2 Diabetes: Systematic Review and Meta-analysis JAMA, 2007; 298, 194-206

A melhor compreensão dos efeitos das incretinas na patofisiologia do diabetes melito tipo 2 permitiu o desenvolvimento de novos agentes anti-diabéticos. O efeito das incretinas é aumentar a secreção de insulina estimulada pela glicose através de peptídeos secretados pelo intestino que são liberados na presença de glicose e nutrientes dentro da luz intestinal.

As incretinas são representadas principalmente por dois peptídeos, o polipeptídeo insulinotrópico dependente da glicose (GIP, glucose-dependent insulinotropic polypeptídeo) e o peptídeo glucagon-símele 1 (GLP-1, glugagonlike peptide 1). As incretinas são rapidamente degradadas pela enzima dipeptidil peptidase 4 (DPP4, dipeptidyl diptidase 4), e por isso apresentam uma curta meia-vida no sangue (minutos).

Pela metanálise dos trabalhos os autores concluem que a terapia baseada em incretinas diminui tanto a glicemia de jejum e pós-prandial, contudo, a melhora da glicemia pós-prandial foi maior. Ao contrário de quase todas as terapias atuais contra o diabetes melito tipo 2 os análogos de GLP-1 (exanatide, Byetta®, Amylin & Lilly) foi associado com modesta mas sustentada e progressiva perda de peso ao longo de 30 semanas que não é explicado somente pelo acometimento de náuseas.

Houve pouca hipoglicemia, reforçando a dependência da glicose para ação das incretinas, mas quando associado com secretagogos houve mais eventos de hipoglicemia alertando para a necessidade de redução da dose dos secretagogos de insulina quando do iníco da terapia com incretinas.

Poucos efeitos adversos foram observados, sendo o mais comum náusea. Os inibidores de DPP4 mostraram um aumento no número de infecções das vias aéreas superiores e do trato urinário, além de um aumento nos episódios de cefaléia. Até mais dados sobre segurança estarem disponíveis pode ser prudente evitar o uso de inibidores de DPP4 (sitagliptina, Januvia®, Merck Sharp & Dohme) em pacientes com história de infecções do trato urinário recorrentes e de cefaléia crônica.

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