segunda-feira, 20 de dezembro de 2010

Mortes por diabete crescem 10% em 11 anos no Brasil

Números vão no caminho contrário de outras doenças crônicas,
que apresentam tendência de queda

A diabete está matando mais no Brasil. De 1996 a 2007, as mortes causadas pela doença cresceram 10%. Com esse aumento, as mortes passaram de 30 para 33 por grupo de 100 mil habitantes no período, como constatou o Saúde Brasil 2009, estudo anual do Ministério da Saúde.

Os números vão no caminho contrário de outras doenças crônicas não transmissíveis, que apresentam tendência de queda. O estudo do ministério apontou redução de 17% nas mortes causadas por doenças crônicas, que fez mais de 705 mil vítimas somente em 2007. A queda foi de 569 para 475 óbitos por 100 mil pessoas.

A maior redução foi identificada nos problemas respiratórios, como enfisema e asma, 33%. As mortes por doenças cardiovasculares apresentaram queda de 26%. Para o governo federal, o crescimento das mortes por diabete tipo 2, a mais comum, está relacionado ao sobrepeso na maior parte da população. Dados de vigilância em saúde do ministério, divulgados este ano, revelaram que quase metade dos brasileiros está acima do peso. A incidência da obesidade na população subiu de 11,4%, em 2006, para 13,9%, em 2008.

A publicação Saúde Brasil identificou grande prevalência das mortes por diabete na Região Nordeste. Em Alagoas, por exemplo, a média foi de 56 mortes por 100 mil habitantes no ano de 2007, contra proporção de 26 por 100 mil, no estado de São Paulo.

Em 2007, as doenças crônicas responderam por 67,3% das mortes, sendo 29,4% as cardiovasculares e 15,1%, os cânceres. Em quarto lugar, está a diabete com 4,6%.

FONTE

Artigos Relacionados:

• Conhecimento de adultos sobre o papel da atividade física na prevenção e tratamento de diabetes e hipertensão: estudo de base populacional no Sul do Brasil / Public knowledge on the role of physical activity in the prevention and treatment of diabetes and hypertension: a population-based study in southern Braz
Cad. saúde pública = Rep. public health;25(3):513-520, mar. 2009. tab

• ELSA Brasil: maior estudo epidemiológico da América Latina / ELSA Brasil: the greatest epidemiological study in Latin America
Rev. saúde pública = J. public health;43(1), fev. 2009

sexta-feira, 17 de dezembro de 2010

Brasileiro come menos arroz e bebe mais "refri"

Consumo de açúcar pela população é excessivo em todas as faixas de renda

IBGE mostra mudança nos hábitos, com aumento de alimentos industrializados nos carrinhos de compra

Brasileiros de todas as faixas de renda estão trocando comida fresca por produtos industrializados e, com isso, piorando a qualidade de sua alimentação básica.
Ingredientes típicos do cardápio nacional, o feijão e o arroz são comprados em quantidades cada vez menores, enquanto o consumo per capita de açúcar -embutido em refrigerantes, massas prontas etc.- excede o nível nutricional recomendado.
É o que mostram as pesquisas divulgadas ontem pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) sobre a quantidade e a qualidade dos alimentos comprados para consumo em casa.
No caso do arroz polido, por exemplo, a queda no consumo per capita foi de 40,5% de 2003 a 2009. No do feijão, de 26,4%.
Com isso, esses alimentos passaram a responder por apenas 16,2% e 5,4% das calorias ingeridas nos lares do país, ante 17,4% e 6,6% na pesquisa anterior.
Já comidas processadas, como pães, embutidos, biscoitos, refrigerantes e refeições prontas, ganharam importância e, juntos, já respondem por 18,4% das fontes de energia consumidas.

AÇÚCAR LIVRE
Os estudos revelam também o consumo excessivo de açúcar, que pode contribuir para o desenvolvimento de obesidade, diabetes e câncer.
Hoje, do total de calorias presentes na despensa dos brasileiros, 16,4% vêm dos chamados açúcares livres, que são aqueles adicionados aos alimentos no seu processamento ou no momento do consumo. A recomendação nutricional é que essa parcela não ultrapasse os 10%.
A presença do açúcar refinado nos carrinhos, porém, tem diminuído -em 2009, um brasileiro comprava, em média, 3,2 kg do produto por ano, quase a metade dos 6,1 kg registrados em 2003.
Isso significa que as pessoas estão consumindo mais alimentos que já têm açúcar na sua formulação.
"Caiu a quantidade de açúcar de mesa, não o açúcar da dieta. As pessoas não adoçam mais suco em casa, compram já adoçado", diz Renata Levy, pesquisadora em medicina preventiva da USP.

Fonte:
Folha de São Paulo, 17 de dezembro de 2010 (só para assinantes)

quarta-feira, 24 de novembro de 2010

Estudo da Anvisa mostra alimentos com maior quantidade de sódio

Macarrão instantâneo é o produto com maior quantidade da substância
Sódio é responsável por doenças crônicas, como hipertensão e colesterol

Estudo divulgado nesta quinta-feira (18) pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) aponta o macarrão instantâneo como o produto com maior quantidade de sódio, dentre 20 categorias de alimentos analisados.

De acordo com o estudo, a quantidade de sódio presente em uma porção de macarrâo instantâneo é superior a uma colher rasa de sal, porção recomendada de consumo diário da substância.
O excesso de sódio é apontado como um dos responsáveis pelo aumento dos registros de doenças crônicas, como hipertensão, problemas cardíacos, de colesterol e de rins e obesidade.

Ao todo, ao Anvisa analisou 20 categorias de alimentos, especialmente as que são mais consumidos por crianças, como os salgadinhos de milho, macarrão instantâneo, biscoitos recheados e refrigerantes.

Segundo a Anvisa, o consumo de um pacote de salgadinho de milho ultrapassa a quantidade máxima de sódio recomendada por dia. O resultado do estudo será encaminhado pela agência para o Ministério da Saúde, a fim de que sejam adotada medidas de controle mais eficazes junto aos fabricantes de alimentos.

"O nosso mais desafiador trabalho é comunicar os riscos desses alimentos para a sociedade. Precisamos dizer para a população que existem alimentos iguais, mas menos saudáveis. Infelizmente, não podemos dizer [que] a Vigilância Sanitária recomenda este ou aquele produto", disse a diretora da Anvisa Maria Cecília Brito.

Além da presença de sódio em vários produtos, a pesquisa Perfil Nutricional dos Alimentos Processados também analisou a quantidade de gordura, açúcar e ferro presente em alguns tipos de alimentos.

Na batalha palha, 55% das nove marcas analisadas apresentaram quantidade de gordura saturada registrada acima do indicado. Os biscoitos feitos à base de polvilho foram os que registraram maior índice de gordura, tanto a saturada quanto a trans.

Apesar de os índices serem considerados "alarmantes" pela agência, a Anvisa não considera necessária a aplicação imediata de punições para os fabricantes desses tipos de alimentos. De acordo com a diretora da agência, há uma disposição dos fabricantes em produzir alimentos mais saudáveis. A recomedação da diretora é que a população preste atenção nos rótulos dos produtos.

"Existem indústrias que já conseguem fazer produtos mais saudáveis. Queremos que todas possam fazer. Seria insano lançarmos a proibição desses alimentos. Existe uma disposição fantástica do setor produtivo. Eles colaboraram e temos todos os motivos para acreditar que avançamos para um momento salutar da saúde pública brasileira", afirmou. O estudo da Anvisa também apontou que a presença de sódio em refrigerantes de baixas calorias é superior em relação aos refrigerantes comuns. Segundo a agência, o motivo é a maior presença de corantes no produto.

Já os sucos feitos à base de néctar foram os que tiveram a maior quantidade de açúcar registrada. Nos sucos feitos com polpa de fruta, o de manga foi o que apresentou menor quantidade de açúcar. O de uva foi o que apresentou maior quantidade de açúcar.

FONTE

Artigos Relacionados:

• Dietary therapy in hypertension
N Engl J Med. 2010 Oct 14;363(16):1580; author reply 1582-3.

sábado, 13 de novembro de 2010

Usar notebook no colo pode reduzir capacidade reprodutiva, diz estudo

Segundo urologista, calor do aparelho prejudica espermatozóides.
Temperatura dos testículos sobe em média 2,5 graus com uso de PCs.

Usar um laptop no colo, como o nome da máquina sugere ('lap' em inglês significa 'colo'), pode não fazer bem à saúde reprodutiva masculina, de acordo com um estudo.E há pouco que se possa fazer quanto a isso, além de usar a máquina sobre uma mesa, disse Yelim Sheynkin, urologista da State University of New York em Stony Brook e coordenador do estudo publicado pela revista Fertility and Sterility.
No estudo, termômetros foram usados para medir a temperatura dos escrotos de 29 jovens que tinham laptops apoiados sobre os joelhos. Mesmo com um suporte sob o computador, os escrotos dos participantes se superaqueciam rapidamente.
"Milhões e milhões de homens usam laptops hoje em dia, especialmente na faixa de idade mais propensa a reprodução", disse Sheynkin. "Depois de apenas 10 ou 15 minutos, a temperatura de seus escrotos já está acima do que consideramos seguro, mas eles nem percebem", acrescentou.
De acordo com a American Urological Association, quase um em cada seis casais dos Estados Unidos enfrenta problemas de concepção. Em cerca de metade dos casos isso se deve a infertilidade masculina.
Sob circunstâncias normais, a posição dos testículos fora do corpo os mantêm alguns degraus mais frios que o restante do organismo, o que é necessário para produção de esperma.
Nenhum estudo havia pesquisado o efeito dos laptops sobre a fertilidade masculina, até agora, acrescentou Sheynkin. Mas pesquisas anteriores demonstraram que aquecer o escroto em mais de um grau é o bastante para danificar os espermatozoides.
Ainda que fatores gerais de saúde e estilo de vida tais como nutrição e uso de drogas possam afetar a saúde reprodutiva, jeans e cuecas apertados em geral não são considerados fator de risco, porque as pessoas se movimentam quando os usam.
Mas apoiar um laptop sobre os joelhos, no entanto, exige manter as pernas imóveis e fechadas. Depois de uma hora nessa posição, os pesquisadores constataram que a temperatura dos testículos sobe 2,5 graus.
Um suporte para o laptop mantém a máquina mais fria e impede transferência de calor à pele, mas Sheynkin alertou que isso não ajuda muito a refrigerar os testículos e pode oferecer uma falsa sensação de segurança.
FONTE Artigos relacionados: • 1- Protection from scrotal hyperthermia in laptop computer users.
Sheynkin Y, Welliver R, Winer A, Hajimirzaee F, Ahn H, Lee K.
Fertil Steril. 2010 Nov 3.

• 2-Increase in scrotal temperature in laptop computer users.
Sheynkin Y, Jung M, Yoo P, Schulsinger D, Komaroff E.
Hum Reprod. 2005 Feb;20(2):452-5. Epub 2004 Dec 9.

• 3-Diurnal scrotal skin temperature and semen quality. The Danish First Pregnancy Planner Study Team.
Hjollund NH, Bonde JP, Jensen TK, Olsen J.
Int J Androl. 2000 Oct;23(5):309-18.

domingo, 10 de outubro de 2010

HORÁRIO DE VERÃO: A hora extra de sol custa caro

O horário de verão tem origem superficialmente científica: seu inventor, o naturalista neozelandês George Vemon Hudson, publicou dois artigos no fim do século 19 defendendo um adiantamento sazonal de 2 horas nos relógios para" aproveitar melhor os longos dias de verão". O apelo princi- pal, porém, sempre foi a economia de energia, pois a presença de luz natural durante o período vespertino reduz a necessidade de iluminação artificial.AAlemanha instituiu o Sommerzeit (horário de verão) como uma maneira de econo- mizar carvão durante a Primeira Guerra Mundial. e até 1918 a Europa, a Rússia e os Estados Unidos seguiram esse exemplo. Os relógios voltaram ao normal durante os anos de paz, mas o horário de verão retomou temporariamente durante a Segunda Guerra Mundial.

Infelizmente, a estratégia pode não resultar em nenhuma economia de energia. Um estudo ainda não publicado do Journal of Eeonomics and Statisfies mostra que regiões que seguiram o horário de verão consumiram mais eletricidade que as de- mais. Os autores atribuíram a descoberta ao maior uso de ventiladores e ar-condicionado durante os dias prolongados do verão.
Outros estudos demonstraram que a adoção do horário de verão pode provocar mais aci- dentes de trânsito (os ritmos circadianos são perturbados, causando privação de sono), depressão (um estudo de 2008 mostrou que há maior probabilidade de homens comete- rem suicídio nas primeiras semanas do horá- rio de verão), e pode até contribuir para o au- mento de risco de ataques cardíacos (há picos de incidência de 5% a 10% na primeira semana depois de os relógios terem sido adiantados, de acordo com um estudo sueco). É um preço alto a ser pago - uma vez que o que George Vemon Hudson queria na verdade eram apenas algumas horas a
mais de sol para coletar insetos.

Fonte:
Texto de John Pavlus, publicado pela Scientific American Brasil, edição de outubro de 2010, ano 8 nº 101

terça-feira, 5 de outubro de 2010

Adequate Sleep Seems Necessary for Effective Dieting, Small Study Finds

Conseguir dormir o bastante pode ter um importante papel na perda de peso, de acordo com um pequeno estudo crossover publicado no Annals of Internal Medicine.

Pesquisadores estudaram 10 voluntários sedentários com sobrepeso em um laboratório do sono por duas semanas: um período foi de sono restrito a 5,5 horas e outro com 8,5 horas por noite (os dois períodos de estudo foram separados por pelo menos 3 meses).

Os participantes perderam significativamente mais massa magra e menos gordura corporal quando dormiram 5,5 horas por noite que quando durmiram 8,5 horas. Além disso, menos sono causou a níveis mais elevados de ghrelina, que aumenta a fome.

Tanto os pesquisadores quanto os editorialistas assinalam que pelo tamanho pequeno da amostra e as condições artificiais deve-se ter cuidado em generalizar as conclusões sem mais pesquisas. Os editorialistas especulam que “talvez o sono deva ser incluído como parte do estilo de vida que tradicionalmente foca-se apenas em dieta e exercício físico”.

Fonte:

Annals of Internal Medicine article (Free abstract)

Annals of Internal Medicine editorial (Subscription required)

quarta-feira, 15 de setembro de 2010

Grandes doses de vitamina B podem atrasar ou deter o Alzheimer, diz estudo

Pesquisa da Universidade de Oxford mostrou que a ingestão de
vitaminas do complexo B pode ajudar na redução da atrofia cerebral

Dose maciças de vitamina B podem atrasar e até deter o mal de Alzheimer em pessoas idosas, segundo estudo publicado na revista científica online Public Library of Science One. Uma equipe de pesquisadores da Universidade de Oxford, no Reino Unido, com colaboração de cientistas noruegueses, descobriu que tomar grandes doses dessa vitamina diariamente faz com que se atrase a redução natural do tamanho do cérebro que acontece com a idade. Em teste que durou dois anos e contou com a participação de 168 idosos, foi constatada uma redução de até 50% no ritmo de atrofia cerebral, e uma média de 30%.

Entretanto, os pesquisadores mostram prudência, e dizem que é prematuro recomendar a ingestão desse tipo de suplemento vitamínico antes de realizar novos estudos e pesar riscos e benefícios. Nos testes médicos efetuados, foram utilizadas doses 300 vezes superiores à ingestão recomendada da vitamina B12 e quatro vezes os níveis recomendados de ácido fólico. Isso significa que a vitamina foi usada como um fármaco, e não como um suplemento vitamínico, o que requer testes para saber se há riscos associados. A vitamina B é encontrada de forma natural na carne e cereais integrais, e contribui para crescimento e divisão das células, além de fortalecer o sistema imunológico e manter pele e a estrutura óssea saudáveis.

Os pesquisadores administraram doses diárias da vitaminas B12, B6 e B9 (ácido fólico) a um grupo de 84 pessoas enquanto outro grupo recebeu um placebo. Depois de dois anos, os dados apontados demonstraram que os cérebros dos que haviam tomado as vitaminas tinham reduzido menos – apenas 0,76% ao ano – que os do placebo (1,08% por ano), o que representa uma diferença de 31%. No caso dos idosos que melhor responderam ao tratamento, o ritmo de redução do cérebro diminuiu 53%.

Os pesquisadores acreditam que as vitaminas B diminuíram a atrofia cerebral, reduzindo os níveis de um aminoácido presente no sangue, conhecido por homocisteína. As pessoas que tinham os níveis mais altos de homocisteína no sangue foram as que mais se beneficiaram. Segundo o professor David Smith, do departamento de Farmacologia da Universidade de Oxford, um dos responsáveis pela pesquisa, "os resultados são espetaculares".

Aproximadamente 14 milhões de europeus e cinco milhões de americanos têm problemas de memória e outras funções mentais, conhecidas como Deterioração Cognitiva Ligeira, que podem evoluir para Alzheimer. "Esperamos que este tratamento simples e seguro atrase o desenvolvimento da doença de Alzheimer em pessoas que sofrem ligeiros problemas de memória", disse Smith. Para ele, a questão fundamental é saber se a Deterioração Cognitiva Ligeira é só o começo da doença de Alzheimer, ou seja, se é um processo contínuo e progressivo, como ele mesmo suspeita

FONTE


Artigos Relacionados:

• High-dose B vitamin supplementation and cognitive decline in Alzheimer disease: a randomized controlled trial.
JAMA. 2008 Oct 15;300(15):1774-83.

• Deficient Liver Biosynthesis of Docosahexaenoic Acid Correlates with Cognitive Impairment in Alzheimer's Disease.
PLoS ONE 5(9): e12538.

quarta-feira, 25 de agosto de 2010

Vitamina D pode proteger contra câncer, diabetes e artrite, indica pesquisa

Estudo britânico ligou deficiência da substância a doenças ligadas a condições genéticas

A vitamina D pode proteger o corpo humano contra uma série de doenças ligadas a condições genéticas, incluindo câncer, diabetes, artrite e esclerose múltipla, segundo uma pesquisa britânica recém-publicada.

Os cientistas mapearam os pontos de interação entre a vitamina D e o DNA e identificaram mais de 200 genes influenciados pela substância.

A vitamina D é produzida naturalmente pelo corpo pela exposição ao sol, mas a substância está presente também em peixes e crustáceos e, em menor quantidade, em ovos e leite.

Mas acredita-se que até um bilhão de pessoas em todo o mundo sofram de deficiência de vitamina D pela pouca exposição ao sol.
Já se sabia que a falta de vitamina D podia levar ao raquitismo e havia várias sugestões de ligações com doenças, mas a nova pesquisa, publicada pela revista especializada Genome Research, é a primeira que traz evidências diretas de que a substância controla uma rede de genes ligados com doenças.

Receptores
Os pesquisadores, da Universidade de Oxford, usaram uma nova tecnologia para o sequenciamento do DNA para criar um mapa de receptores de vitamina D ao longo do genoma humano.

O receptor de vitamina D é uma proteína ativada pela substância, que se liga ao DNA e assim determina quais proteínas são produzidas pelo corpo a partir do código genético.

Os pesquisadores identificaram 2.776 pontos de ligação com receptores de vitamina D ao longo do genoma, concentrados principalmente perto de alguns genes ligados a condições como esclerose múltipla, doença de Crohn, lupus, artrite reumatoide e alguns tipos de câncer como leucemia linfática crônica e câncer colo-retal.

Eles também mostraram que a vitamina D tinha um efeito significativo sobre a atividade de 229 genes incluindo o IRF8, associado com a esclerose múltipla, e o PTPN2, ligado à doença de Crohn e ao diabetes do tipo 1.

"Nossa pesquisa mostra de forma dramática a ampla influência que a vitamina D exerce sobre nossa saúde", afirma um dos coordenadores da pesquisa, Andreas Heger.

Seleção
Os autores afirmam que o consumo de suplementos de vitamina D durante a gravidez e nos primeiros anos de vida podem ter um efeito benéfico sobre a saúde da criança em sua vida no futuro.

Outras pesquisas anteriores já haviam indicado que a pele e os cabelos mais claros entre as populações de partes da Terra com menos incidência de raios solares teriam sido uma consequência da evolução para melhorar a produção de vitamina D.
Segundo os pesquisadores da Universidade de Oxford, isso poderia explicar a razão de seu estudo ter identificado um número significativo de receptores de vitamina D em regiões do genoma com mutações genéticas mais comumente encontradas em pessoas de ascendência europeia ou asiática.

A deficiência de vitamina D em mulheres grávidas pode provocar contrações pélvicas, aumentando o risco de morte da mãe e do feto. Segundo os pesquisadores, essa situação pode ter levado ao fim de linhagens maternais de pessoas incapazes de aumentar sua disponibilidade de vitamina D.

"A situação em relação à vitamina D é potencialmente uma das pressões seletivas mais poderosas no genoma em tempos recentes", afirma outro coordenador da pesquisa, George Ebers. "Nosso estudo parece apoiar essa interpretação e pode ser que não tivemos tempo suficiente para fazer todas as adaptações de que precisávamos para suportar nossas circunstâncias", disse.

FONTE

Artigos Relacionados:

• Sunlight and vitamin D for bone health and prevention of autoimmune diseases, cancers, and cardiovascular disease.
Am J Clin Nutr. 2004 Dec;80(6 Suppl):1678S-88S

• Vitamin D and host resistance to infection? Putting the cart in front of the horse.
Exp Biol Med (Maywood). 2010 Aug;235(8):921-7

terça-feira, 24 de agosto de 2010

Beber quantidades moderadas de água pode ajudar na perda de peso.

O Los Angeles Times (23/08, Roan) "Booster Shots" blog informou que beber dois copos de água antes de uma refeição pode ajudar na perda de peso, segundo um estudo apresentado 23 de agosto na reunião anual da American Chemical Society. Em um estudo de "48 adultos com idades entre 55 e 75" pediu "para seguir uma dieta de baixa caloria," e "também foram orientados a beber dois copos de água antes das refeições, três vezes ao dia."
Os cientistas "encontraram que os fazedores de dieta que começaram cada refeição com dois 8 oz (2 copos) de água perdeu quase cinco quilos a mais, em média, do que os fazedores de dieta que não fizeram, ao longo de 12 semanas," relatou o blog Time Wellness. Especificamente, os "fazedores de dieta instruídos a beber água a cada refeição perderam uma média de 15,5 quilos; fazedores de dieta dada nenhuma instrução perderam, em média, apenas 11 quilos."

Daily Mail do Reino Unido (24/08, Macrae) relata que um estudo anterior descobriu que "bebedores de água comeu 75-90 menos calorias por refeição." BBC News (23/08) e Imprensa do Reino Unido Association (24/08), também cobriu a história.

sexta-feira, 20 de agosto de 2010

Vegetais de folhas verdes parecem reduzir o risco do diabetes

Aumento do consumo de vegetais folhosos verdes está associado com menor risco de desenvolver diabetes tipo 2, um achado de uma meta-análise do BMJ.

Os investigadores examinaram dados de seis estudos de coorte prospectivo que mede o consumo individual de frutas e legumes. Os estudos também avaliaram o desenvolvimento de diabetes durante uma mediana de 13 anos. A ingestão de frutas ou vegetais, seja sozinho ou combinado, não foi associado com um risco menor. Nos quatro estudos que especificamente medido o consumo de vegetais de folhas verdes, uma redução de 14% no risco de diabetes era evidente entre os maiores e menores níveis de consumo.

Os autores citam os efeitos antioxidantes do betacaroteno, polifenóis e vitamina C como os mecanismos possíveis para esse efeito. Editorialistas comentaram que o aconselhamento dietético "pode ser tão benéfico, se não mais, do que prescrever medicamentos" para os pacientes em risco.

BMJ artigo (grátis)

BMJ editorial (assinatuara necessária)

terça-feira, 10 de agosto de 2010

A relação do ovo com a saúde

Ao contrário do que muitos podem pensar, o ovo é um alimento de grande valor nutritivo. Contém proteínas, vitaminas e minerais, ácidos graxos saturados e insaturados, junto a outras sustâncias não menos importantes. O ovo é recomendado como alimento para uma dieta variada e equilibrada.

Os ovos contêm quantidades apreciáveis de vitaminas e minerais, destacando as vitaminas A, D, E, e do grupo B. Entre os minerais predominam o ferro, fósforo, zinco e selênio.

O ovo é um alimento de elevado teor de proteínas de excelente qualidade.

O conteúdo de lipídeos de um ovo é de 11%, tendo especial importância a riqueza em fosfolipídeos. A relação entre ácidos graxos saturados e insaturados é favorável em termos de nutrição.

No período de crescimento, as crianças e os adolescentes devem considerar os ovos como um alimento recomendado para a correta nutrição. Por isso, o consumo nas primeiras décadas da vida tem poucas limitações. Nestas idades, o medo do colesterol conduz, às vezes, a restrições de alimentos, como no caso do ovo. O que pode ser causa de desequilíbrios na nutrição, crescimento e saúde.

Nas pessoas de idade avançada, o nível de colesterol no sangue tem mais importância, no ponto de vista cardiovascular. Uma dieta restritiva pode desembocar em carências de proteínas, vitaminas e minerais. O ovo pode ser um alimento de alto valor nutritivo, pode melhorar o estado nutricional e de saúde dos idosos, além da colina do ovo favorecer a função mental dos idosos que tem níveis insuficientes de acetilcolina.

O nível de colesterol de uma pessoa não é consequência do consumo de um alimento concreto, mas, sim, de sua dieta total (além de outros fatores). As medidas restritivas na dieta, devido aos prejuízos em torno do colesterol do ovo, podem levar a situações de deficiência em outros nutrientes.

No controle do colesterol, não é só o conteúdo de colesterol que influencia, mas também outros fatores, como a quantidade de vitaminas e minerais dos alimentos, assim como o conteúdo de ácidos graxos saturados e polinsaturados e a relação entre ambos. No caso do ovo, esta relação é favorável quanto a sua influencia sobre o nível dos lipídeos sanguíneos.

Como previnir a salmonela
- Compre sempre ovos com a casca intacta e limpa;
- Respeite a data de validade;
- Não quebre o ovo nas bordas dos recipientes onde eles serão colocados;
- Não separe as claras das gemas com a própria casca do ovo;
- Não deixe os ovos, nem os alimentos que contenham ovo, mais de duas horas expostos à temperatura ambiente.

Três ovos
Você já cansou de ouvir e registrou na memória que comer mais do que três ovos por semana provoca aumento do colesterol, levando a problemas cardíacos. Mito!
Segundo estudos da Universidade de Surrey, na Inglaterra, o efeito do colesterol presente no alimento é insignificante do ponto de vista clínico e ele deve fazer parte de uma dieta balanceada.

FONTE

Artigos Relacionados:

• Nutritional contribution of eggs to American diets
J Am Coll Nutr. 2000 Oct;19(5 Suppl):556S-562S.

• Introduction: nutritional and functional roles of eggs in the diet
J Am Coll Nutr. 2000 Oct;19(5 Suppl):495S-498S.

segunda-feira, 9 de agosto de 2010

Dislipidemia, nos primeiros anos tem consequências no futuro

Dislipidemia no início da idade adulta leva a aumento dos níveis de cálcio coronário mais tarde, de acordo com um estudo Annals of Internal Medicine.

Os pesquisadores acompanharam cerca de 3200 indivíduos recrutados enquanto jovens adultos. Colesterol e triglicérides foram medidos em intervalos regulares durante 20 anos seguintes, no final dos quais o cálcio coronário foi avaliado pela tomografia computadorizada.

Níveis elevados de LDL antes de 35 anos de idade foram associados com aumento do risco de calcificação na meia-idade. O aumento da HDL mostraram um risco inverso em análises não ajustadas, e triglicérides não mostraram nenhuma associação.

Os autores recomendam que "os comportamentos saudáveis não devem ser adiadas até a meia-idade."

Fonte:
Annals of Internal Medicine (resumo)

segunda-feira, 26 de julho de 2010

Cientistas estudam vacina para pessoas com intolerância ao glúten

Pesquisadores australianos conseguiram identificar causa da doença celíaca

O mistério em torno da doença celíaca foi desvendado por cientistas australianos, segundo estudo publicado na quinta-feira na revista Science Translation Medicine. A descoberta pode melhorar a vida de milhares de pessoas que possuem intolerância ao glúten - proteína encontrada em pães, massas, cervejas e outros alimentos que possuam trigo entre seus ingredientes. Há 60 anos, a ciência já havia estabelecido a relação do glúten com a doença celíaca, porém, os cientistas não sabiam qual era o componente do glúten que provocava os efeitos. Mas agora, de acordo com o artigo, os pesquisadores conseguiram identificar três substâncias-chave do glúten que provocam a reação imunológica nas pessoas com a doença digestiva.

Para encontrar os fragmentos do glúten, 244 voluntários receberam alimentos como pão, bolo de centeio e cevada. Depois, as pessoas tiveram suas amostras de sangue coletadas para analisar a reação das células. No total, o glúten possui 16.000 componentes, mas somente três causam problemas ao organismo.

Ao consumirem alimentos com glúten, os portadores da doença podem apresentar sintomas como diarreia, vômitos e prejuízos na formação e desenvolvimento, no caso de crianças. Além disso, a doença também causa dificuldade na absorção de nutrientes, vitaminas e minerais – condição que pode trazer consequências para o cérebro, sistema nervoso, fígado e outros órgãos. O único tratamento – até agora – era a suspensão do glúten do cardápio diário.

O pesquisador Robert Anderson, do Instituto de Pesquisa Médica Walter e Eliza Hall, na Austrália, está otimista com os resultados. Ele acredita que a descoberta poderá ajudar no desenvolvimento de novos tratamentos e até um novo tipo de vacina. Anderson e os outros pesquisadores estudam criar um injeção que contenha os três componentes que desencadeiam a reação alérgica em quantidades ínfimas, para aplicar regularmente até que o corpo crie as defesas necessárias gradualmente.

No Brasil, as embalagens de alimentos contendo glúten precisam comunicar a presença da substância, além de informar sobre a doença celíaca, segundo determinou o Superior Tribunal de Justiça no início deste ano. A doença celíaca é considerada uma patologia gastrointestinal comum: cerca de 1% da população ocidental possui intolerância ao glúten.

Fonte:

Site da Revista Veja

terça-feira, 13 de julho de 2010

Deficiência da vitamina D associada com a demência e doença de Parkinson

Dois estudos parecem apontar para a deficiência da vitamina D como tendo um papel tanto no declínio cognitivo quanto na doença de Parkinson, mas analistas não têm certeza sobre as implicações clínicas.
Um estudo publicado no Archives of Internal Medicine, seguiu 850 adultos de mais de cerca de 6 anos. Níveis séricos baixos de vitamina D no início do estudo foram associadas com o declínio cognitivo substancial (medida pelo exame Mini-Mental) até o final estudo. Editorialistas advertem que "os níveis baixos de vitamina D pode ser simplesmente um marcador de status sanitário inferior a causa dele." Eles escrevem que "uma base de dad
os rigorosos ... ainda não existe" para favorecer a utilização de suplementação de vitamina D para melhorar os resultados de saúde.
O outro estudo, publicado na revista Archives of Neurology, encontraram uma associação entre níveis baixos de vitamina D e o desenvolvimento da doença de Parkinson pelo acompanhamento de cerca de 30 anos mais tarde. Um editorialista considera os resultados promissores, mas preliminares.
Fonte:
Archives of Internal Medicine article (Free abstract)
Archives of Internal Medicine editorial (Subscription required)
Archives of Neurology article (Free abstract)
Archives of Neurology editorial (Subscription required)

terça-feira, 29 de junho de 2010

Crianças devem ficar longe dos refrigerantes

Com açúcar, light ou zero, consumir refrigerantes e bebidas gaseificadas é condenado por diversos médicos e nutricionistas. Se você bebe refrigerantes em excesso, vão aí alguns alertas: a bebida causa obesidade e provoca cáries; os tipos cola, que contém cafeína e ácido fosfórico, "roubam" cálcio do organismo e, assim, provocam perda de massa óssea; além disso, por conter corante caramelo, a resistência à insulina pode aumentar e, consequentemente, o risco de desenvolver o diabetes.

Segundo nutricionistas, os refrigerantes possuem calorias vazias, isto é, têm calorias, mas não nutrientes. Por isso bebida não deve fazer parte da alimentação diária das pessoas. Existem substitutos muito mais saudáveis, como os sucos naturais, bebidas à base de soja, água, água de coco e chá.

Substância cancerígena nos refrigerantes
A Pró-Teste – Associação Brasileira de Defesa do Consumidor – divulgou uma pesquisa realizada com 24 marcas de refrigerantes. Em sete, constatou-se a presença de benzeno. Trata-se de uma substância cancerígena encontrada no ar, pela queima de carvão e óleo.

O benzeno pode ser encontrado na maioria dos refrigerantes à base de laranja e limão, devido à vitamina C, e também naqueles do tipo light e diet. O açúcar inibe a formação de benzeno e a restrição dele na bebida tipo light e diet pode favorecer a sua formação.

Consumo de refrigerantes por crianças
As crianças devem evitar consumir os refrigerantes. A bebida prejudica no processo de absorção de cálcio, substância importante para a meninada que ainda está em fase de formação óssea. Também contribui para aumentar o índice de sobrepeso e obesidade infantil. Os do tipo diet ou zero não são recomendados para os pequenos

FONTE

Artigos relacionados:

• Associaçäo entre nível de atividade física, composiçäo da dieta e gordura corporal em adultos / Relationship beetween of physical activity, diet composition, and body fat among adults
Rev. bras. ativ. fís. saúde;6(3):34-42, 2001. Tab

• Excesso de peso, atividade física e hábitos alimentares entre adolescentes de diferentes classes econômicas em Campina Grande (PB) / Overweight, physical activity and foods habits in adolescents from different economic levels, Campina Grande (PB
Rev. Assoc. Med. Bras. (1992);53(2):130-134, 2007. tab.

terça-feira, 6 de abril de 2010

Suco de fruta e o risco de Diabetes tipo 2

Quão realmente saudável é suco de fruta natural?

Um grande estudo, realizado na China, considera que as pessoas que bebem duas ou mais porções de suco por semana são 25% mais propensos a desenvolver diabetes tipo 2 em comparação com aqueles que raramente bebem o suco.

Isto é consistente com outro estudo de 2008 de grande porte, que também descobriu que o consumo de suco de aumento levou a um aumento do risco de diabetes tipo 2 –, mas que comer mais frutos inteiros diminui o risco de diabetes.

Aqueles que veem o suco de fruta como uma forma de melhorar a alimentação própria (ou dos filhos) pode querer pensar novamente.

Comer frutas. Beba água.

A ingestão de leite pode prevenir o surgimentoda hipertensão arterial e diabetes?

A ingestão de leite é amplamente recomendada para uma dieta saudável. Evidências recentes sugerem que o leite e os produtos lácteos estão associados a um menor risco de diabetes melito do tipo 2 e hipertensão arterial (pressão alta).

Por outro lado, a ingestão elevada de cálcio, sal mineral encontrado em abundância nos derivados do leite, foi associada a maior risco de câncer de próstata.

A quantidade de cálcio e de vitamina D presentes em produtos lácteos tem efeito benéfico no metabolismo da glicose (açúcar) e no sistema-renina-angiotensina-aldosterona (substâncias liberadas pelos rins que causam retenção de sal e estreitamento das artérias), além de regular o peso corporal.
A associação entre o consumo elevado de laticínios e cálcio, e o risco de câncer de próstata está relacionada à presença de estrogênios e de fator de crescimento semelhante à insulina (IGF-I) no leite.

Com base nas evidências atuais, é possível afirmar que o leite e os produtos lácteos, se consumidos em quantidades adequadas e, principalmente, com reduzido teor de gordura, tenham um efeito benéfico na prevenção da hipertensão arterial e do diabetes. Sua função potencial no surgimento do câncer de próstata não é bem definida e requer estudos adicionais.

Fonte: Arquivos Brasileiros de Endocrinologia e Metabologia

FONTE

Artigos relacionados:

• Nutr J 2009 May 21;8:21.
Stroke and plasma markers of milk fat intake--a prospective nested case-control study

• Nutr J. 2009 Oct 1;8:45.
Effects of a fibre-enriched milk drink on insulin and glucose levels in healthy subject

sábado, 3 de abril de 2010

Slow Food – Muita calma nessa hora

Guta Chaves, especial para o iG São Paulo

Slow Food defende refeições demoradas e tranquilas e a valorização de ingredientes regionais

“Propomos a vacina de uma adequada porção de prazeres sensuais garantidos, a ser utilizada em lento e prolongado deleite.” Extraída do manifesto do Slow Food, de 1989, a frase é um convite a sentar e comer em paz, sozinho ou junto de pessoas queridas, consciente de cada garfada.

Criado nos anos 80 na cidade italiana de Bra, pelo sociólogo Carlo Petrini, o conceito do Slow Food vai além de saborear os alimentos sem pressa. O termo define uma associação internacional de defesa e apoio à cultura de comidas e bebidas tradicionais de uma região. Entre seus objetivos estão o resgate e a valorização da produção artesanal e ecologicamente correta, das receitas e dos ingredientes típicos e, ainda, o convívio e a consciência a respeito do que é consumido.

Pensar na comida e fazer a refeição com tranqüilidade, sem calcular obsessivamente as calorias ou o tempo até o próximo compromisso, parece algo bem distante da rotina de muita gente. Mas foi justamente ao combater a alimentação industrializada e rápida que o Slow Food ganhou músculos.

Um episódio é emblemático para ilustrar os primeiros passos do movimento. Em 1986, na Praça da Espanha, referência cultural e um dos principais pontos turísticos de Roma, foi inaugurada uma loja da rede McDonald’s. Esperava-se o alvoroço costumeiro, como acontecia em muitos locais do planeta tomados pela teia do fast food. Mas, surpresa, boa parte do povo italiano ficou ofendido. Teve início ali uma série de protestos em defesa da cultura gastronômica do país e contra a comida rápida e industrializada. Foi nesse contexto que Carlo Petrini fundou o Slow Food, na tentativa de defender as raízes culturais e nutricionais.

Quando se fala em sentar-se à mesa para apreciar receitas tradicionais, a idéia é de uma atmosfera tranquila. Vêm à tona lembranças familiares e pratos que fazem parte tanto da memória sensorial quanto da cultura de uma região. A tradição culinária de uma localidade, passada de geração em geração, faz parte do patrimônio intangível de um povo e é um dos pontos principais do Slow Food. E a filosofia do lento caramujo se espalha rapidamente.

Slow Food no Brasil

Hoje a associação está presente em 122 países e conta com mais de 80 000 associados. Alimentos típicos são “guardados” por um projeto chamado Arca do Gosto – um catálogo mundial que identifica produtos ameaçados de extinção, mas ainda com potencial produtivo e possibilidades reais de comercialização. A intenção é documentar alimentos importantes cultural e gastronomicamente. Já se integram à arca 750 itens de dezenas de países.

No Brasil, o primeiro membro da Arca do Gosto foi o bastão de guaraná dos índios Sateré-Mawé, em 2002. Recentemente foram abarcados o berbigão, a cagaita, o cambuci, o licuri, a mangaba, a ostra de Cananeia e o pequi. Até o momento, estão listados 21 produtos brasileiros.

Outro projeto da associação são as Fortalezas. Funciona assim: a partir da seleção feita para a Arca do Gosto são definidos ingredientes que o Slow Food vai trabalhar junto aos produtores artesanais, para ajudar no desenvolvimento local, no padrão de qualidade e na garantia de sua viabilidade futura. No fim da cadeia produtiva, a Fortaleza ainda busca a colocação destes produtos no mercado. Os brasileiros umbu da região de Uauá (sertão baiano) e palmito da palmeira juçara, produzido pelos índios guaranis do litoral norte de São Paulo, estão entre os contemplados. Junto com o feijão canapu, da região de Picos, no Piauí. Veja outros componentes.

A agenda do caramujo

A associação Slow Food, em parceria com organizações afins, promove a discussão sobre produtos que merecem ser preservados, por meio de palestras, degustações e visitas a produtores. Isso acontece no mundo todo. Neste mês, Brasília sedia o encontro Terra Madre Brasil, entre os dias 19 e 22, no Complexo Cultural da Funarte. Segundo os organizadores, Carlo Petrini, fundador do movimento, deve participar da programação que inclui atrações abertas ao público e outras voltadas para associados.

O Terra Madre Brasil é o braço brasileiro de uma rede mundial integrada ao Slow Food, a Rede Terra Madre.

Outros eventos do Slow Food pelo mundo

Salone del Gusto: de 21 a 25 de outubro de 2010, em Torino (Itália)

Cheese (Festival Internacional de Produtores Artesanais de Queijo): 2011, em Bra (Itália)

Aux Origines du Goût (As Origens do Gosto, Festival Internacional de Alimentos): 2011, em Montpellier (França)

Slow Fish (Festival de Pesca Sustentável): 2011, em Gênova (Itália)

quinta-feira, 25 de março de 2010

Farmácias terão que reter receitas de antibióticos

Farmácias terão que reter receitas de antibióticos

Restrição à venda desses remédios será discutida em consulta pública da Anvisa

Hoje, o paciente pode ir embora com a receita; a previsão é que as novas regras entrem em vigor em setembro deste ano

Ainda neste ano, a compra de antibióticos só poderá ser feita mediante a apresentação de uma receita que será retida na farmácia ou drogaria.
Os termos e a forma de implantação dessa proposta serão submetidos a uma consulta pública pela Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) no máximo em um mês, e a previsão é que ela entre em vigor em setembro.
Atualmente, a regra determina apenas que o paciente apresente a receita, mas ele pode ir embora do estabelecimento com ela. Mesmo essa exigência, porém, costuma ser descumprida, e o medicamento é vendido sem prescrição, como reconhece a própria Anvisa.
Esse foi um dos motivos que levaram o órgão a propor regras mais rígidas para a comercialização de antibióticos. O outro é evitar a automedicação e o uso incorreto, que podem tornar as bactérias resistentes aos medicamentos e dificultar o tratamento de algumas doenças e infecções.
"Sou totalmente a favor do controle. O Brasil tem um perfil bem peculiar de resistência a algumas bactérias, como alguns pneumococos e estafilococos, que não existe em nenhum outro lugar do mundo", diz Artur Timerman, infectologista da comissão de infecção hospitalar do Hospital Professor Edmundo Vasconcelos e do Hospital Dante Pazzanese.
De acordo com dados da OMS (Organização Mundial da Saúde) apresentados ontem, mais de 50% dos pacientes tomam antibiótico apenas por um dia, o que indica uma baixa adesão ao tratamento. Isso pode tornar a bactéria mais resistente a esse tipo de medicamento. Outro problema é o uso de antibióticos para o combate a infecções virais.
"Os antibióticos são necessários para matar micro-organismos como as bactérias, mas têm vários efeitos colaterais indesejáveis. Além disso, em determinadas condições, seu uso pode estimular o desenvolvimento de bactérias mais resistentes. A nova regra é muito adequada, pois vai dificultar o uso indevido dos medicamentos e esses riscos associados", acredita Marcos Boulos, professor de moléstias infecciosas e parasitárias da Faculdade de Medicina da USP.

Restrição maior
A Anvisa também colocará os quatro tipos de antibiótico mais vendidos sob um controle ainda mais rigoroso.
São eles a azitromicina, o sulfametoxazol, a amoxicilina e a cefalexina, usados em mais de 1.500 medicamentos.
Farmácias e drogarias serão obrigadas a registrar os dados relativos a cada venda, como a quantidade e o nome do médico que fez a prescrição, como já acontece, por exemplo, com emagrecedores.
Presentes ontem em uma audiência pública sobre a proposta, integrantes do Conselho Federal de Medicina e da Sociedade Brasileira de Infectologia disseram aprovar as mudanças.
O representante da Abrafarma (Associação Brasileira de Redes de Farmácias e Drogarias), Sérgio Barreto, afirmou que a sua entidade também está de acordo, mas criticou o SUS (Sistema Único de Saúde) por não disponibilizar todos os medicamentos de que a população precisa.
O presidente da Anvisa, Dirceu Raposo de Mello, respondeu dizendo que isso não retira dos estabelecimentos a obrigação de obedecer à legislação sobre a prescrição dos medicamentos. "A gente está discutindo essa regra porque ela é descumprida todos os dias."


Fonte:

Folha de São Paulo 25 de março de 2010 (somente para assinantes da Folha ou do UOL)

quinta-feira, 18 de março de 2010

Mães nem sempre reconhecem quando suas crianças estão acima do peso

Coma menos, filho

O olhar das mães é poderoso. Descobre segredos, descortina o futuro, fortalece, afugenta fantasmas. Nem sempre, porém, identifica quando os filhos estão um pouco acima do peso. Em um estudo feito em Vitória, capital do Espírito Santo, com 1.282 crianças de 7 a 10 anos, apenas 10% das respectivas mães reconheceram que os filhos com sobrepeso ou obesidade estavam realmente pesando acima do normal para a altura e a idade.

Em outro estudo, essa equipe da Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes) verificou que 14% desse mesmo grupo de crianças apresentava pressão arterial acima do normal. “São dados preocupantes”, comenta Maria del Carmen Molina, professora da Ufes e coordenadora desses estudos. “Excesso de peso e hipertensão são dois fatores de risco para doenças cardiovasculares, a principal causa de morte na população brasileira.” Os pesquisadores esperavam que 20% das crianças estivessem com peso acima do recomendado (encontraram 23,3% com sobrepeso ou obesidade) e no máximo 10% com pressão arterial elevada.

Para avaliar esse risco futuro de enfarte ou de acidente vascular cerebral, os pesquisadores da Ufes não mediram apenas o peso, a altura e a pressão arterial de crianças de 7 a 10 anos de 29 escolas públicas e seis particulares de Vitória. Também avaliaram a alimentação, perguntando com que frequência consumiam frutas, sucos, legumes, leite, feijão, doces, salgadinhos, refrigerante, batata e maionese, e se tinham o hábito de fazer a primeira refeição do dia, o café da manhã. O que viram é que a garotada não está se alimentando tão bem quando as mães imaginavam. Viram também que o lazer, principalmente o sedentário, é intenso, com pelo menos três horas em frente à televisão ou no video­game, raramente saindo para brincar de pega-pega, jogar bola ou andar de bicicleta.

Examinando essas quatro variáveis (excesso de peso, hipertensão, alimentação de baixa qualidade e quatro horas ou mais de lazer sedentário diário), os pesquisadores verificaram que 20% das crianças apresentavam três fatores de risco para doenças cardiovasculares, 34% tinham dois fatores, 27% apenas um fator de risco e 12% não apresentavam nenhum fator de risco, de acordo com o trabalho da equipe da Ufes, em conjunto com a Universidade Autônoma de Madri, em fase de publicação.

O estado de saúde dos filhos pode refletir o das mães. Em um levantamento com 14.914 crianças brasileiras com menos de 10 anos publicado em 1996 na Revista de Saúde Pública, Elyne Engstrom, da Secretaria Estadual de Saúde do Rio de Janeiro, e Luiz Anjos, da Escola Nacional de Saúde Pública,verificaram que crianças com sobrepeso tinham mães também com sobrepeso. Um estudo com 800 pais e mães de 439 estudantes realizado na Holanda chegou a resultados similares: 75% das mães e 77% dos pais de crianças com sobrepeso disseram que o filho ou filho estava com peso normal. Nessa pesquisa, publicada em janeiro na revista Acta Paediatrica, emergiu também uma relação direta entre o sobrepeso dos pais e o dos filhos.

Bebês prematuros - Agora o estudo em Vitória revela uma associação entre a escolaridade das mães e o risco de doença cardiovascular dos filhos: quanto mais anos de estudo das mães, melhor tende a ser a alimentação e portanto o peso, mais normal a pressão arterial e mais diversificada as atividades físicas dos filhos. “Verificamos também que a hipertensão é mais comum em crianças prematuras, que nascem antes de 37 semanas”, disse Maria del Carmen. “O desenvolvimento de doenças crônicas poderia ser uma das sequelas de nascer antes do tempo normal e com peso entre 700 gramas e 1 quilograma (kg), em vez de no mínimo 2,5 kg.”

Os resultados desses estudos não circularam apenas por meio de revistas científicas especializadas. “Mandamos carta para cada família informando que a criança tinha apresentado pressão arterial elevada e sugerimos que procurassem um posto de saúde ou um médico para confirmar o diagnóstico”, informou Maria del Carmen. “Comunicamos também à Secretaria de Saúde, cujos diretores e técnicos começaram a perceber que a hipertensão, antes considerada doença de adulto, pode ser também um problema de crianças. A primeira providência foi comprar medidores de pressão adequados para crianças e enviar aos postos de saúde.”

A responsabilidade por essa situação não é só da família – ou das mães. “Nas escolas que atendem a população de renda mais baixa”, observou Maria del Carmen, “mesmo com cardápio padronizado, as merendeiras colocam muito mais comida do que deveriam para as crianças, porque acham que precisam. Mesmo com cardápio padronizado, o valor calórico das refeições oferecidas às crianças às vezes era o dobro do que deveria ser”.

Referência:
MOLINA, M.C. et al. Correspondência entre o estado nutricional de crianças e a percepção materna: um estudo populacional. Cadernos de Saúde Pública. 25(10):2.285-90. Out. 2009.
Fonte:
Revista Pesquisa Fapesp

quarta-feira, 17 de março de 2010

OMS constata que atual geração pode ter expectativa de vida menor

Em Genebra

A atual geração de crianças "poderia ser a primeira em muitíssimo tempo a ter uma expectativa de vida menos elevada que a de seus pais", advertiu hoje a diretora-geral da Organização Mundial da Saúde (OMS), Margaret Chan.

Na abertura da primeira reunião dos participantes da rede mundial contra as doenças não-transmissíveis, Chan lembrou que essas doenças se concentram cada vez mais em pessoas jovens e inclusive em crianças que podem sofrer de hipertensão e alguns tipos de câncer.

A responsável da OMS acrescenta que nada menos que 43 milhões de crianças em idade pré-escolar sofrem de obesidade ou sobrepeso, uma condição que gera riscos para a saúde ao longo de toda a vida e despesas médicas potencialmente elevadas.

Em seu discurso perante representantes de Governos, centros de pesquisa, entidades filantrópicas e empresas que participam da reunião, a diretora da OMS ressaltou que as doenças não-contagiosas foram consideradas próprias típicas de países ricos, o que não se aplica mais na atualidade.

Ela disse que esses males estão agora "fortemente concentrados" nos países de renda média e baixa e nos grupos mais pobres dentro deles.

Segundo os dados da OMS, seis em cada dez mortes que ocorrem por dia no mundo se devem a doenças não-contagiosas, das quais é possível se prevenir e para algumas das quais existem tratamentos.

Os especialistas asseguram que uma quarta parte das mortes atribuídas a essas doenças poderiam ser evitadas com medidas de prevenção adequadas.

No total, 35 milhões de pessoas morrem por ano por causa dessas doenças, entre elas: problemas de coração, derrames cerebrais, diabetes, câncer, doenças respiratórias crônicas e distúrbios mentais.

Até 80% dessas vítimas se encontra em países em desenvolvimento, onde os quatro grandes fatores de risco (fumo e consumo de álcool, alimentação inadequada e sedentarismo) tendem a aumentar.

O mesmo vale para os fatores biológicos de risco: aumento da pressão arterial, do colesterol, da glicose no sangue e um alto índice de massa corporal (medida calculada em função da estatura e do peso da pessoa).

Essa constatação derruba o mito de que as doenças não-contagiosas afetam principalmente os países ricos.

Fonte: OMS

terça-feira, 9 de março de 2010

Mulheres de meia idade que bebem álcool podem ganhar menos peso do que as abstêmias

Mulheres que bebem quantidade leve a moderada de álcool pode ganhar menos peso do que as abstêmias à medida que envelhecem, os relata a Archives of Internal Medicine.

Aproximadamente 19.000 profissionais de saúde do sexo feminino com peso normal, de meia-idade, responderam questionários de freqüência de consumo de álcool e de alimentos e, em seguida, foram seguidas por uma média de 13 anos. Durante esse tempo, 41% desenvolveram sobrepeso ou obesidade.

Após o ajuste para fatores como idade, consumo de energia não-alcoólica e atividade física, as mulheres que beberam de 0,5 a 2 doses por dia tinham significativamente menos probabilidade de se desenvolverem sobrepeso ou obesidade durante o acompanhamento, em comparação com aquelas que se abstiveram de beber.

Os autores escrevem que o consumo de álcool pode resultar em uma perda líquida de energia no sexo feminino (possivelmente explicado por alterações metabólicas ou da ingestão de alimentos menos calóricos). No entanto, eles enfatizam a importância de "avaliar os efeitos adversos e benéficos do comportamento de beber em um contexto amplo" antes de fazer recomendações sobre o uso de álcool.

Archives of Internal Medicine (Resumo gratuito, texto integral requer assinatura)

terça-feira, 2 de março de 2010

Benefícios da vitamina D intrigam estudiosos

Por TARA PARKER-POPE

Imagine um tratamento que desenvolva os ossos, fortaleça o sistema imunológico e reduza o risco de doenças como diabete, problemas cardíacos e renais, hipertensão e câncer. Algumas pesquisas sugerem que esse tratamento tão maravilhoso já existe. É a vitamina D, um nutriente que o organismo produz a partir da luz do sol e que também é encontrado em peixes e no leite fortificado.
Mas não comece a devorar suplementos de vitamina D ainda. A empolgação quanto a seu potencial para a saúde permanece bem à frente da ciência.
Embora numerosos estudos tenham sido promissores, há escassos dados de testes clínicos aleatórios. Pouco se sabe sobre os níveis ideais da vitamina D, se aumentá-los melhora a saúde, e quais são os possíveis efeitos colaterais de doses elevadas.
E, como a maioria dos dados vem de pesquisas observacionais, é possível que as doses elevadas não tornem realmente as pessoas mais saudáveis, e sim que as pessoas saudáveis simplesmente façam coisas que por acaso elevam a vitamina D.
"Correlação não necessariamente significa uma relação de causa-efeito", disse JoAnn Manson, professora da Universidade Harvard e chefe de medicina preventiva do hospital Brigham and Women's, em Boston.
"As pessoas podem ter níveis elevados de vitamina D porque fazem muito exercício e recebem exposição de luz ultravioleta por se exercitarem ao ar livre", disse Manson. "Ou podem ter vitamina D alta porque se preocupam com a saúde e tomam suplementos. Mas também têm uma dieta saudável, não fumam e fazem muitas outras coisas que as mantêm saudáveis."
Manson está comandando um grande estudo ao longo dos próximos cinco anos para tentar responder essas e outras questões. Estão sendo recrutados 20 mil adultos mais velhos para que se avalie se doses elevadas de vitamina D e do ácido graxo ômega-3 de suplementos de óleo de peixe reduzem o risco de doença cardíaca ou de câncer.
A professora disse que os suplementos de óleo de peixe foram incluídos no estudo porque são outro tratamento promissor que sofre com a escassez de evidências clínicas. Além disso, tanto a vitamina D quanto o óleo de peixe têm um conhecido efeito anti-inflamatório, mas cada um funciona por um caminho diferente no organismo, então pode haver benefícios adicionais na combinação de ambos.
Os participantes do estudo serão divididos em quatro grupos. Um deles tomará vitamina D e pílulas de óleo de peixe. Dois tomarão vitamina D ou o suplemento de óleo de peixe, mais um placebo. O quarto grupo tomará dois placebos.
Atualmente, a dose recomendada de vitamina D via alimentação e suplementos é de cerca de 400 unidades internacionais (UIs) por dia para a maioria das pessoas, mas muitos especialistas acham que provavelmente isso é pouco. O Instituto de Medicina dos EUA está revendo as diretrizes sobre a vitamina D e deve elevar a dose diária recomendada.
Os participantes do estudo tomarão 2.000 UIs de vitamina D3, supostamente a forma mais usada pelo organismo. O estudo usará suplementos de 1 grama do óleo de peixe com ômega-3, cerca de 5 a 10 vezes a ingestão média diária.
Mas os médicos alertam os consumidores a não cederem à tentação de começar a tomar 2.000 UIs de vitamina D por dia. Vários estudos recentes sobre nutrientes como vitaminas E e B, selênio e beta-caroteno se mostraram frustrantes -sugerindo até que doses altas fazem mais mal do que bem, elevando o risco de problemas cardíacos, diabete e câncer, dependendo do suplemento.

Fonte: Folha de São Paulo, tradução do New York Times (aqui, exclusivo para assinantes)