A associação entre medicações antidepressivas e risperidona, um antipsicótico não convencional, parece ser útil no tratamento de pacientes com transtorno depressivo maior que apresentam tendências suicidas.
Na edição de agosto do Journal of Clinical Psychiatry, Dra. Xiaohua Li, da University of Alabama, em Birmingham, e colaboradores observaram que “a terapia antidepressiva por si só não é suficiente para o tratamento imediato de sintomas depressivos de risco.”
Para investigar se o acréscimo de risperidona seria útil, os pesquisadores estudaram 24 pacientes com ideação suicida que foram randomizados para receber risperidona ou placebo em adição à medicação antidepressiva.
Utilizando a Escala de Ideação Suicida de Beck (EISB) e outros instrumentos de auto-avaliação clínica, a equipe descobriu que o uso da risperidona levou a uma redução significativa de ideação suicida durante as 8 semanas de tratamento.
Tanto placebo quanto risperidona alcançaram uma redução de 22% na média da pontuação da Escala de Beck (EISB) na primeira semana. Contudo, somente no grupo que utilizou risperidona, houve uma redução de 20% na pontuação da EISB entre a primeira e a última semana de tratamento.
Risperidona também se mostrou melhor que o placebo ao tratar outros sintomas que parecem estar relacionados ao suicídio, entre eles a impulsividade.
Ao comentar esses achados, Dra. Li declarou à Reuters Health que “o tratamento farmacológico efetivo de idéias suicidas na depressão ainda não foi estabelecido. O efeito anti-suicida da risperidona encontrado nesse estudo é de grande valor para o tratamento imediato de pacientes com pensamentos suicidas e com outros sintomas depressivos graves, que é uma estratégia importante para o tratamento da depressão em tempo hábil”.
Embora esse estudo piloto seja limitado por ter uma pequena amostra, Dra. Li e colaboradores concluíram que “os resultados promissores justificam uma continuação da investigação, em larga escala, da eficácia dos antipsicóticos não convencionais no tratamento de pacientes com depressão grave e tendências suicidas.”
Fonte:
J Clin Psychiatry 2008;69:1228-1236.
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