Esses dados sugerem que a população brasileira parece ter um excesso de amido, açúcar e gordura na dieta com falta de legumes, verduras e outros vegetais frescos na mesa. Também há um crescente aumento no consumo de bebidas adoçadas (como refrigerantes e sucos processados ou artificiais) em detrimento de água e leite.
"A gente esperava que nas classes A e B houvesse um consumo melhor de vitaminas e minerais. Mas não houve diferença nem entre as classes sociais nem entre as regiões do país. Isso mostra que o problema não é econômico, mas sim de hábito cultural", afirma o reumatologista Marcelo Pinheiro, professor da Unifesp e coordenador do estudo. A única diferença entre as classes sociais está no consumo de cálcio. Entre as classes A e B, a média é de 650 mg diários. Já entre o público D e E, é de 350 mg/dia. A média nacional é de 400 mg/dia, um terço da recomendação internacional.
Para Andrea Ramalho, professora de saúde pública da Universidade Federal do Rio de Janeiro e consultora do Ministério da Saúde, a população sabe o que é uma dieta equilibrada, mas, em geral, não põe o conhecimento em prática.
"E não o faz porque diz que não tem tempo, não tem onde comer, não gosta. Mudar padrão alimentar não é uma tarefa fácil nem obtida em curto espaço de tempo", afirma.
Fonte:
Folha de São Paulo, quarta-feira, 26 de setembro de 2007 [link, é necessário ser assinante]