domingo, 29 de julho de 2007

Miméticos da Restrição Calórica

Desde as primeiras décadas do século XX apareceram pesquisas demonstrando que a restrição de comida, isto é, a restrição de calorias aumenta a longevidade e diminui os danos causados pelo envelhecimento, incluindo doenças degenerativas, alterações fisiológicas do envelhecimento e até mesmo câncer.

Em pesquisas realizadas em roedores a restrição calórica diminuiu a incidência e atrasou o aparecimento de doenças relacionadas ao envelhecimento, aumentou a resistência à toxicidade e ao estresse e manteve o funcionamento em estados mais joviais que os controles.

Ainda se questiona se em humanos, animais de ciclo de vida longo, a restrição calórica mostraria os mesmos benefícios que mostrou em animais de ciclo de vida mais curtos. Estudos já realizados em cães, vacas e resultados preliminares em macacos Rhesus sugerem que a restrição calórica também é benéfica aos humanos. Corrobora com isso estudos em humanos centenários e outros estudos observacionais, apesar de problemas metodológicos inerentes.

Deste a introdução do conceito de miméticos da restrição calórica por Lane et al. em trabalho de 1998 este termo foi usado com um amplo significado. É proposto que miméticos da restrição calórica sem aplicados a substâncias que preencham estes requisitos:

Redução do estresse e dos danos oxidativos.
  1. Redução da glicação de macromoléculas.
  2. Redução da lesão e aumento no reparo do DNA.
  3. Redução da inflamação e auto-imunidade.
  4. Aumento da eficiência metabólica mitocondrial para proteger a membrana plasmática.
  5. Redução da lesão aos dos componentes celulares, tais como lisossomas ou peroxissomas, que tenham impacto negativo na proteólise autofágica.
  6. Aumente a manutenção dos padrões de expressão gênicos relacionados à idade.
  7. Aumente a proteção contra o estresse ou hormese.

A hipótese da hormese da restrição calórica propõe um papel ativo da proteção ao estresse. A restrição calórica causaria um baixo nível de estresse ao organismo que ativaria respostas ao estresse protegendo a uma variedade de processos de envelhecimento. O conceito de hormese é derivado da toxicologia onde o termo denomina o conceito que pequenas doses de uma toxina pode ter um efeito benéfico a longo prazo por condicionar o organismo aumentando a resposta ao estresse.

Pesquisadores buscam encontrar mecanismos celulares e genéticos que possam ser alvo de miméticos da restrição calórica. Tais esforços focam em níveis mais baixos, localizados no núcleo, identificando, por exemplo, a classe de genes sirtuina (Sir2 e SIRT1, principalmente) que atuam como desacetilases de histonas regulando a expressão gênica. Outros pesquisadores buscam como alvo vias energéticas que mimetizam a resposta fisiológica à restrição calórica aumentando a resposta ao estresse. Esta estratégia surgiu das crescentes evidências de que as vias sensoras de energia parecem ser críticas na regulação do envelhecimento em um número de sistemas modelo. Vários genes foram identificados no verme Caenorhabiditis elegans que regulam a resposta ao ambiente com restrição calórica (age-1, daf-2, daf-16, daf-18, akt-1, akt-2 entre outros) que são homólogos à insulina/fator de crescimento insulina-símile-1 (IGF-1) em mamíferos. A redução da sinalização nestas vias também causa aumento da longevidade em mamíferos mesmo apresentando resistência à insulina e intolerância à glicose.

Muitos pesquisadores vêem estes achados em invertebrados e vertebrados como razões para procurar genes únicos reguladores da longevidade como alvos promissores para o desenvolvimento de miméticos de restrição calórica, contudo uma conclusão importante que pode ser retirada destes estudos é que manipulações nas vias processadoras de energia em pontos mais altos ou mais baixos com resultados semelhantes. Quando se considera que alvos mais baixos podem ser mais eficazes que alvos mais altos nessas vias é importante lembrar que os efeitos restrição calórica são produzidos por manipulação em nível muito alto – reduzindo a disponibilidade de comida ao organismo. Portanto uma varredura de miméticos da restrição calórica deve procurar por uma estratégia que manipule os sistemas sensores de energia.

Inibição da Glicólise – A inibição da glicólise com a 2-deoxi-D-glicose (2DG), que inibe a enzima fosfohexose isomerase em ratos Fischer-344 reproduz algumas características da restrição calórica, notadamente a diminuição da temperatura, elevação dos glicocorticóides e da concentração de insulina. Alem disso, estudos in vivo e in vitro confirmam a capacidade da 2DG em aumentar a proteção ao estresse em vários tipos celulares e tecidos. Os dados acumulados claramente sugerem o perfil favorável da 2DG como mimético da restrição calórica, mas estudos de longo prazo ainda necessitam ser completados para avaliar os efeitos sobre a mortalidade e morbidade. Existem vários alvos para inibir a glicólise incluindo transportadores de glicose bem como outros passos enzimáticos, o ácido iodoacetato, que inibe a gliceraldeído-3-fosfato, mostrou em neurônio in vitro potencial de mimético da restrição calórica.

IGF-1 – Evidências surgidas de estudos com ratos anões despertaram a atenção sobre o IGF-1 como alvo para aumentar a longevidade. Na mosca-da-fruta (Drosophila) a manipulação do eixo insulina/IGF-1 aumenta a longevidade mas de modo não tão robusto quanto em ratos. Modificações na sinalização da insulina/IGF-1 em ratos aumenta a longevidade e parece ser semelhante à restrição calórica. Possíveis candidatos a inibir a via do IGF-1 até agora identificados incluem retinóides (fenretinida e os ácidos retinóides trans), isoflavonas da soja (genisteina e daidzeina), flavanóides (quercetina e kaempferol), análogos da somatostatina (octreotide) e moduladores seletivos dos receptores de estrogênio (tamoxifeno). Outra estratégia poderia ser pequenas moléculas inibidoras do IGF-1 e anti-senso IGF-1.

Sensibilizantes de Insulina – Compostos que aumentem a sensibilidade á insulina oferecem outra área de desenvolvimento de miméticos da restrição calórica. Menores níveis de insulina são marcadores de restrição calórica e preditores de longevidade. Há estudos de intervenção na via sinalizadora da insulina/IGF-1 com maior ênfase nas biguanidas (fenformina, buformina e metformina) e compostos derivados do alho françês (Galega officinalis).

Em um estudo em camundongos utilizando microarray profiling mostrou que o tratamento por 8 semanas a com metformina causou uma expressão gênica semelhante com a restrição calórica, sendo superior aos outros compostos testados (glipizida, rosiglitazona e isoflavona de soja).

Sirtuina – O crescente interesse nas sirtuinas como possíveis mediadores de baixo nível da longevidade em um grande número de organismos estimulou o desenvolvimento de candidatos a ativadores destas moléculas (buteína, piceatanol e resveratrol). O polifenol resveratrol tem recebido maior atenção e mostrou aumentar a longevidade de vermes e moscas-da-fruta de um modo dependente do Sir2 que parece mimetizar restrição calórica. Estas propriedades ainda precisam ser confirmadas em mamíferos.

PPARs e Tiazolidinedionas (Glitazonas) – Outros candidatos existem entre a grande classe de agonistas dos receptor proliferador ativado de peroxissomo (PPAR). Muitos compostos estão em desenvolvimento para o tratamento do diabetes melito e obesidade, atualmente há dois medicamentos em uso para o tratamento do diabetes melito tipo 2 – rosiglitazona e pioglitazona – que agem na isoforma gama (PPARγ). A uma clara ligação entre a ativação do coativador do proliferador ativado de peroxissomo 1 α (PGC-1α ) e a restrição calórica, indicando um potencial para ativadores do PPARα. Uso de ativadores do PPARδ também parece promissor.

Agonistas do PPARγ aumentam a sensibilidade à insulina mas também a adipogênese e começa-se a questionar esta estratégia. Ao contrário de ativar esta via mais eficaz seria modular a atividade para melhorar a homeostase da glicose sem estimular a adipogênese, mais recentemente estudos em humanos sugerindo aumento na mortalidade em diabéticos tratados com rosiglitazona reforça esta estratégia. Uma conexão entre SIRT1 e PPAR foi feita, pois SIRT1 inibe a transativação do PPARγ e inibe a acumulação de lipídios nos adipócitos. Tem-se teorizado que a redução no tecido adiposo pode ter efeitos benéficos sobre a longevidade relacionado a produção de adipocinas e indiretamente prevenindo desordens metabólicas relacionadas com o envelhecimento, como diabetes melito e aterosclerose.

Alvos lipídicos – A manipulação farmacológica de lipídios oferece alvos adicionais, mas estão atualmente bem menos desenvolvidos que outros alvos. O uso de drogas hipolipemiantes mostra eficácia na remoção de componentes celulares danificados por meio do fomento a autofagia. De outro modo, o níveis elevados de certos lipídios, como ácidos graxos de cadeia longa, durante a restrição calórica servem como sinalizadores importantes para a supressão de tumores bem como a proteção contra o estresse oxidativo. Alto nível de corpos cetônicos demonstrou efeito protetor a insultos neurotóxicos, contudo esta resposta ocorreu apenas em regimes de alimentação intermitente e não em restrição calórica contínua.

A manipulação de adipocinas parece ser promissora. O uso da leptina não funcionou por que a resistência à leptina desenvolve rapidamente. A adiponectina é outro alvo de interesse, pois está elevada em ratos sob restrição calórica, e a administração de adiponectina em ratos causa redução do peso e melhora do perfil metabólico.

A busca de miméticos da restrição calórica pode incluir uma grande variedade de alvos, portanto o desenvolvimento de processos de varredura pode acelerar muito a descoberta de novos candidatos. Já há disponível alguns modelos utilizando organismos simples como leveduras e também modelos in vitro utilizando cultura de tecidos. Após a escolha dos candidatos mais promissores eles devem ser testados em organismos mais complexos como vermes, moscas-da-fruta e camundongos e ratos. A análise de DNA
microarrays em modelos in vitro quanto in vivo também são muito úteis. Finalmente qualquer candidato deve ser avaliado quanto aos possíveis efeitos benéficos sobre a morbidade e longevidade em modelos animais relevantes.

Outro conceito importante que provavelmente guiará o desenvolvimento de miméticos da restrição calórica é que a combinação de compostos poderá sem mais eficaz que um único agente. Esta abordagem em 'coquetel' pode surgir no reconhecimento de duas questões chave. A primeira é que a regulação energética é uma componente chave na sobrevivência de um organismo e haverá provavelmente a ativação de mecanismos compensatórios em resposta a manipulação de um único alvo. Em segundo, os efeitos do envelhecimento e do anti-envelhecimento da restrição calórica envolvem múltiplas vias, portanto, as intervenções que fornecem proteção a múltiplos sistemas e tecidos devem ser inerentemente mais benéficas.

Sites de empresas de biotecnologias em busca de miméticos da restrição calórica

Biomarker Pharmaceuticals

Chromogen

Elixir pharmaceuticals

GeroNova Research

Irazu Biodiscovery

Juvenon

Phoenix Biomolecular

Sirtris Pharmaceuticals

Esta é uma lista de companhias envolvidas na busca de terapias anti-envelhecimento ou tratamento para doenças, principalmente as degenerativas. Não é o endosso a qualquer produto ou promessa que estas empresas alardeiem em seus sites.

Referências

Ingram DK et al. Calorie restriction mimetics: na emerging research field. Aging Cell. 2006; 5(2):97–108 [Abstract]

Nissen SE, Wolski K. Effect of rosiglitazone on the risk of myocardial infarction and death from cardiovascular causes. N Engl J Med. 2007; 356(24):2457–2471 [Abstract]

Home PD, Pocock SJ, Beck-Nielsen H, Gomis R, Hanefeld M, Jones NP, Komajda M, McMurray JJ; RECORD Study Group. Rosiglitazone evaluated for cardiovascular outcomes – an interim analysis. N Engl J Med. 2007; 357(1):28-38. [Abstract]

quinta-feira, 26 de julho de 2007

Efeito do aconselhamento dietético para perda de peso

Após a busca em bancos de dados de artigos médicos foram selecionados 46 estudos para uma análise agrupada (metanálise). Os dados de 6386 pessoas recebendo aconselhamento dietético e 5467 pessoas recebendo cuidados usuais. O objetivo destes estudos era a perda de peso por limitar a ingesta de gorduras ou calorias, aumento na atividade física foi promovido em 42 estudos. O aconselhamento foi realizado em encontros de grupo (18 estudos), consultas individuais (13 estudos), combinação de aconselhamento em grupo e individual (11 estudos), Internet (3 estudos) e 2 estudos não informaram a forma de aconselhamento.

Os resultados dos estudos aleatórios (randomizados) comparando programas de emagrecimento com aconselhamento dietético com cuidado usual produziu um efeito final da perda de 6% do peso inicial em um ano. Apesar dos resultados modestos sabe-se que mesmo pequenas perdas de peso diminuem o risco cardiovascular e nas pessoas com intolerância a glicose evitam o surgimento de diabetes melito.

Importante também foi o achado que enquanto estiveram em fase ativa de aconselhamento os participantes continuaram a perder peso, mesmo que lentamente, ou mantiveram o peso perdido. Quando colocados em 'fase de manutenção' e apenas observados começaram a ganhar novamente o peso perdido.

Referência

Dansinger ML et al. Meta-analysis: the effect of dietary counseling for weight loss. Ann Intern Med 2007;147:41-50

Diminuição da sinalização da insulina aumenta a longevidade

A insulina controla a glicose no sangue e é um dos mais importantes controladores do metabolismo energético do organismo. A insulina e o Fator de Crescimento Insulina-Símile 1 (IGF-1) após ligarem a seus receptores na membrana celular geram uma cascata de fosforização de resíduos de tirosina no Substrato do Receptor de Insulina (IRS). Esta cascata de sinalição regula muitos processos celulares, inclusive a transcrição de genes.

A redução da sinalização da insulina-símile no verme C. elegans e na mosca-da-fruta (D. melanogaster) aumenta a longevidade. A longevidade também é aumentada pela restrição calórica que pode estar ligada à diminuição da sinalização da insulina, pois o jejum reduz a intensidade e a duração da sinalização da insulina.

Ratos com modificações na expressão dos genes do Substrato do Receptor de Insulina 2 (IRS2) com deleção de ambas as cópias (Irs2–/–) apresentaram redução do crescimento cerebral e diabetes fatal aos 3 meses. Entretanto ratos heterozigotos (Irs2+/–) jovens apresentaram metabolismo normal e ao envelhecer mostravam-se mais pesados e mais sensíveis à insulina comparados aos controles, além disso, consumiram a mesma quantidade de comida que os controles. Os ratos (Irs2+/–) mostraram uma longevidade maior que os controles em 17%.

Produzindo ratos com expressão do IRS-2 diminuída apenas nos neurônios do cérebro (bIrs2+/–) ou ausente (bIrs2–/–). Ao contrário dos ratos Irs2+/– ratos jovens bIrs2–/– e ratos velhos bIrs2+/– se mostraram resistentes à insulina mas não desenvolveram diabetes. Apesar de apresentarem alterações metabólicas associadas com redução da longevidade os ratos bIrs2+/– e bIrs2–/– viveram mais que os controles 18% e 14% respectivamente.

A análise da concentração da enzima Superóxido Desmutase (SOD) mostrou que nos ratos velhos bIrs2–/– e bIrs2+/– era 50% maior que nos controles sugerindo que nestes ratos há menos estresse oxidativo.

Estes resultados sugerem que a diminuição da sinalização em todos os tecidos (Irs2+/–) ou apenas no cérebro (bIrs2+/–) aumenta a duração da vida mantidos numa alimentação plena em calorias, mesmo que os ratos (bIrs2+/–) apresentaram resistência à insulina, hiperinsulinêmicos e intolerantes à glicose.

Quando os mamíferos envelhecem desenvolvem hiperinsulinemia para compensar a resistência à insulina, para manter a homeostase da glicose e impedir o aparecimento de diabetes melito tipo 2, contudo, o aumento da sinalização da insulina pode ter efeitos negativos no cérebro causando diminuição da longevidade. Consistente com esta hipótese exercício físico moderado diariamente, alimentação frugal e controle do peso – que causam redução da insulina circulante – aumentam a expectativa de vida e um dos mecanismos pode ser a redução da sinalização através do IRS-2 no cérebro.

Referência

Taguchi AT. Brain IRS2 Signaling coordinates life span and nutrient homeostasis. Science. 2007;317(5836) 369 – 372[ Abstract]

terça-feira, 3 de julho de 2007

Tratamento mais fácil para osteoporose

Em um estudo duplo cego, randomizado, mulheres com osteoporose após a menopausa receberam uma infusão de ácido zoledrônico (Zometa® – Novartis) ou de placebo em 3 doses anuais e foram acompanhadas por 3 anos.

O tratamento com ácido zoledrônico conseguiu reduzir significamente o risco de fraturas vertebrais (em 70%), fêmur (em 41%) e outras fraturas (em 25%). Os efeitos adversos foram semelhantes entre os dois grupos, exceto para fibrilação atrial grave que foi mais freqüente naquelas que receberam ácido zoledrônico.

Um dos problemas mais freqüentes no tratamento da osteoporose é a baixa aderência ao tratamento e os efeitos adversos sobre o esôfago e estômago. Os bifosfonados (grupo a que pertence o ácido zoledrônico) devem ser ingeridos em jejum com um copo cheio de água, manter o jejum por no mínimo uma hora e a postura ereta ou acentado. Em pacientes com grave problema de refluxo gastro-esofágico ou com alterações de motilidade do esôfago os bifosfonados são contra-indicados. A administração via venosa do ácido zoledrônico uma vez ao ano pode contornar facilmente esta dificuldade, principalmente nos pacientes com osteoporose e Doença de Chagas, freqüentes no Brasil.

A fibrilação atrial grave (1,3% no grupo do ácido zoledrônico contra 0,5% no placebo) ocorreu após 30 dias da infusão e não parece haver relação com a hipocalcemia, que foi precoce, leve e transitória após a infusão do medicamento.

Uma alternativa aos bifosfonados por via oral seria o ranelato de estrôncio (Protos® - Servier) mas também causa efeitos gastrointestinais, principalmente diarréia.

O preço do tratamento é caro para a maioria da população pois o custo anual do alendronato de sódio (Fosamax®) 70 mg por semana e do Zometa® é aproximadamente R$ 1500,00 com ambas as drogas.

Além destes medicamentos está disponível no Brasil o alendronato de sódio genérico, risedronato sódico (Actonel®, Sanofi-Aventis)o ácido ibandrônico (Bonviva®, Roche), teriparatida (Forteo®, Eli Lilly).

Referências:

Black DM et al. Once-yearly zoledronic acid for treatment of postmenopausal osteoporosis. N Engl J Med
2007; 356:(18)1809-1822