domingo, 16 de dezembro de 2007

Sintomas iniciais em mulheres com infarto

Mulheres são significativamente menos prováveis que homens de queixar dor ou desconforto torácico. Contudo, estas diferenças não são provavelmente grandes o bastante para recomendar anúncios de saúde pública específicos para os sexos relacionados aos sintomas iniciais de síndrome coronariana aguda. Mais pesquisas devem investigar sistematicamente as diferenças entre os sexos na apresentação de síndromes coronarianas agudas e devem incluir esforços em coletar dados padronizados.

Referência:

Canto, JG et al. Symptom Presentation of Women With Acute Coronary Syndromes: Myth vs Reality. Arch Intern Med.
2007;167(22):2405-2413

Fraturas e densidade mineral óssea em adultas com deficiência da 21-hidroxilase

Mulheres com hiperplasia adrenal congênita por deficiência da 21-hidroxilase têm baixa densidade mineral óssea e risco aumentado de fraturas. A densidade mineral óssea deve ser monitorada, instituida profilaxia adequada e tratamento além de otimização das doses de corticóides a partir da puberdade.

Referência:

Falhammar, H et al. Fractures and Bone Mineral Density in Adult Women with 21-Hydroxylase Deficiency. J Clin Endocrinol Metab. 2007;92:4643–4649

Diagnóstico de Feocromocitoma

Evidências recentes sugerem que as metanefrinas livres plasmáticas tenham alta sensibilidade para o diagnóstico de feocromocitoma. Entretanto as metanefrinas livres urinárias não foram analisadas. Em análise retrospectiva comparando metanefrinas livres urinária, ácido vanilmandélico urinário, catecolaminas urinária, catecolaminas plasmáticas para avaliar a sensibilidade e especificidade quanto ao diagnóstico de feocromocitoma.

Os autores concluem que as metanefrinas livres urinárias foram superiores ao ácido vanilmandélico urinário, às catecolaminas urinárias e às catecolaminas plasmáticas e é uma ferramenta valiosa no diagnóstico do feocromocitoma em adultos, especiamente aonde não há disponível as metanefrinas livres plasmática.

James G. Boyle et al. Comparison of Diagnostic Accuracy of Urinary Free Metanephrines, Vanillyl Mandelic Acid, and Catecholamines and Plasma Catecholamines for Diagnosis of Pheochromocytoma. J Clin Endocrinol Metab. 2007;92:4602–4608. [Abstract]

Controvérsia: Qual o limite superior do TSH?

O que devem os médicos fazer diante de questões não respondidas sobre o limite superior normal para o TSH e como conduzir os pacientes com pequenas elevações nos níveis de TSH? Até estudos de grande escala resultarem em diretrizes e recomendações claras, propõem-se uma abordagem prática para o diagnóstico e intervenção.

Ao interpretar os valores de TSH deve-se considerar a idade do paciente, a presença ou ausência de anticorpos antitireóide, a presença de sintomas e a preferência do paciente. Pacientes com menos de 60 anos e níveis de TSH entre 2,5 a 4,5 mUI/L com anticorpos positivos podem estar em maior risco de desenvolverem hipotireoidismo franco e necessitam de seguimento. Qualquer mulher pensando em engravidar com anticorpos positivos e um TSH acima de 3 mUI/L deve-se avaliar terapia com levotiroxina. Os dados apresentados nesta publicação [por referencia aqui] oferecem fortes evidências que indivíduos acima de 70 anos com TSH abaixo de 7,5 mUI/L e anticorpos negativos são improváveis de ter insuficiência tireoideana e podem ter níveis de TSH adequados para a idade. Contudo, na presença de anormalidades imunológicas, clínicas ou ultra-sonográficas, os pacientes podem necessitar de seguimento a cada 6 – 12 meses com avaliações de TSH. Também é rasoável considerar um alvo terapêutico maior para pacientes idosos com hipotireoidismo em terapia com levotiroxina.

Referências:

Vahab Fatourechi. Upper Limit of Normal Serum Thyroid-Stimulating Hormone: A Moving and Now an Aging Target? J Clin Endocrinol Metab. 2007;92:4560–4562 [Full Text]

Surks MI, Hollowell JG. Age-specific distribution of serum thyrotropin and antithyroid antibodies in the U.S. population: implications for the prevalence of subclinical hypothyroidism. J Clin Endocrinol Metab. 2007;92:4575–4582 [Abstract/Free Full Text]

domingo, 9 de dezembro de 2007

Hipertensão Sistólica em Idosos: Quão agressivo o tratamento deve ser?

Atualmente não há evidências em estudos clínicos aleatórios para diminuir a pressão arterial sistólica em pacientes com hipertensão sistólica a níveis inferiores a 140 mmHg. Apesar disso o 7 JNC apregoa como alvo níveis pressóricos inferiores a 140 mmHg na maioria dos casos e inferiores a 130 mmHg em diabéticos e nefropatas.

Não se discute a importância de se tratar a hipertensão sistólica, mesmo nos muito idosos (acima de 80 anos), para os quais os estudos mostram resultados positivos quanto à mortalidade e morbidade.

Referência:

Kapoor, JR et al. Systolic hypertension in older persons: how aggressive should treatment be?. Progress in Caridovascular Diseases. 2006; 48(6):397--406

Índice glicêmico, carga glicêmica e ingesta de fibras de cereais e o risco de diabetes tipo 2 em negras americanas

Dados do Black Women's Health Study foram usados para avaliar a relação entre o índice glicêmico, a carga glicêmica e a ingesta de fibras de cereais com o risco de diabetes tipo 2.

Durante os oito anos de seguimento, houve 1938 casos de diabetes. O índice glicêmico foi positivamente associado com o risco de diabetes tipo 2 e a ingesta de fibras de cereais foi inversamente associado com o risco de diabetes tipo 2. As associações mais fortes foram entre as mulheres que não tinham sobrepeso. Os autores concluem que o aumento as fibras de cereais pode ser um método efetivo em reduzir o risco de diabetes tipo 2 em mulheres negras.

Referência:

Krishnan, S et al. Glycemic Index, Glycemic Load, and Cereal Fiber Intake and Risk of Type 2 Diabetes in US Black Women. Arch Intern Med.
2007;167(21):2304-2309.

sábado, 8 de dezembro de 2007

Epigenética: Transmissão de características adquiridas

Há um mecanismo de alteração da expressão gênica que é mantido nas células filhas e até mesmo transmitidas à prole. Estas alterações não ocorre na seqüência de DNA mas através de mudanças como metilação do DNA ou modificações nas histonas – notadamente acetilação.

Um tipo especial de epigenética é o imprint (estampagem) em que um gene é expresso de acordo com a origem parental (se da mãe ou do pai) enquanto a outra cópia é silenciada.

Doenças metabólicas crônicas, como por exemplo, diabetes melito tipo 2 e doença cardiovascular, são mais comuns em adultos que nasceram com baixo peso ou foram expostos in utero a situações de estresse metabólico e que depois viveram em um ambiente rico em nutrientes e gordura.

Referência:

Ozanne, SE and Constância M. Nature Clinical Practice Endocrinology and Metabolism. 2007;7(3):539

Silêncio por tanto tempo: Férias

Abandonei este blog por tanto tempo para melhor aproveitar os congressos de Diabetes e de Atualização em Endocrinologia.

Findo este período de recesso estou novamente na ativa.