A prevalência da obesidade está crescendo em todo o mundo em um ritmo acelerado nas últimas décadas e este aumento não pode ser explicado por mudanças genéticas da população. Este aumento tem ocorrido entre todos os estratos socioeconômicos o que apóia as explicações baseadas em fatores socioambientais.
Este trabalho estuda a obesidade como um fenômeno que pode se espalhar de pessoa a pessoa, espalhando-se dentro de uma rede social. O ganho de peso de uma pessoa pode influenciar o ganho de peso de outras pessoas próximas na rede social. Possuir contatos sociais com pessoas obesas pode alterar a tolerância da pessoa ao excesso de peso ou pode influenciar a adoção de hábitos específicos, como tabagismo, padrão de alimentação, atividade física etc.
Avaliaram-se as conexões de 12.067 pessoas por 32 anos. Vários aspectos da disseminação da obesidade foram examinados, incluindo a existência de ajuntamentos de pessoas obesas dentro da rede, a associação entre o ganho de peso de uma pessoa e o ganho de peso entre dos contados sociais, a dependência destas relações sobre a natureza dos laços sociais – isto é, laços entre amigos de diferentes tipos, irmãos, companheiros e vizinhos – e a influência do sexo, tabagismo e distancia geográfica entre os domicílios das pessoas na rede social.
Encontrou-se uma probabilidade 45% maior de alguém se tornar obeso quando possui um contato próximo obeso, o risco é de 20% para um contato de segundo grau e de 10% para três graus de distância. Para uma distância de quatro graus não houve aumento do risco. A distância geográfica não parece influenciar o risco de obesidade, o aumento ou a proximidade geográfica entre as residências não influenciou o risco de peso.
Parece que a obesidade pode se espalhar em redes sociais em um padrão quantificável e observável que depende dos laços sociais. Além disso, a distância social parece ser mais importante que a distância geográfica dentro das redes.
Referência:
Christakis, N. A. & Fowler, J. H. The spread of obesity in a large social network over 32 years. N Engl J Med. 2007; 357(4):370-379
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