A correta utilização de insulina requer técnicas e materiais adequados para o efetivo preparo e administração. Geralmente os frascos de insulina devem ser guardados refrigerados entre 2°C a 8°C. O melhor local pra guardar a insulina é longe do congelador ou das placas de resfriamento, a porta da geladeira não é adequada pois a temperatura varia muito com a abertura da porta. A insulina quando aplicada gelada pode causar irritação, para minimizar pode-se manter em temperatura ambiente (até 30°C) o frasco de insulina em uso por até 30 dias, devendo-se descartar após este prazo. Agitação excessiva, temperaturas menores de 2°C ou superiores a 30°C causam perda de potência. Durante viagens a insulina não dever ser transportada em recipientes com gelo, sim mantida a temperatura ambiente e protegidas de extremo de temperaturas e luz solar para depois retornar à geladeira.
As seringas devem ser próprias para insulina. As que possuem agulha removível podem apresentar espaço morto na ponta (gargalo) de até 5U que não é computada pela escala numérica, são adequadas para uso de insulina de um único tipo ou pré-mistura mas quando usadas para se misturar dois tipos de insulina (por exemplo regular e NPH) a presença do espaço morto pode fazer com que a mistura contenha mais da insulina colocada primeiro. Para se misturar dois tipos de insulina na seringa devem-se usar seringas com agulha acoplada ou as sem espaço morto (êmbolo com pistão).
O comprimento da agulha deve ser de acordo com a massa corpórea do paciente. Pacientes com IMC ≤25 agulhas até 8 mm são adequadas, para pacientes com IMC >25 agulhas de 12,7 ou 13 mm.
A introdução de ar nos frascos para o preparo da dose é imprescindível. A formação de vácuo dificulta a retirada da dose adequada, impede o total aproveitamento da insulina contida no frasco e no caso de misturas, provoca a aspiração da insulina rápida ou ultra-rapida já contida na seringa para dentro do frasco de NPH ou ultra-lenta.
A técnica correta de se misturar insulina rápida ou ultra-rápida com insulina NPH é primeiro injetar ar nos frascos na quantidade da dose a ser aspirada. Depois de injetado o ar aspira-se sempre primeiro a insulina rápida ou ultra-rapida e então aspira-se a NPH. A mistura de insulina regular e NPH pode ser armazenada na seringa por até 30 dias sob refrigeração. A mistura de ultra-rápida (lispro e aspart) deve ser administrada imediatamente após o preparo. A insulina gargina não deve ser misturada com qualquer outra insulina por causa do baixo pH de seu diluente.
As injeções de insulina devem ser feitas no tecido subcutâneo situado abaixo da derme, constituído de tecido aureolar frouxo com células gordurosas de volume variável. A prega cutânea deve sempre ser feita antes da introdução da agulha e desfeita antes da injeção da insulina ou até a retirada da agulha. A prega é dispensável apenas quando se usa agulhas de 5mm de comprimento. O ângulo é de 90° com a agulha adequada, em crianças ou pessoas muito magras pode-se introduzir com ângulo de 45°. A aspiração para verificar se há retorno de sangue não é necessário quando se usa agulhas e a técnica corretas. O rodízio do local de aplicação é fundamental para evitar alterações lipodistróficas.
A reutilização de seringas e agulhas é tema controverso não sendo recomendado pelos fabricantes nem pela ANVISA, mas tal prática é muito comum. Há conservantes nos frascos de insulina que inibem o crescimento bacteriano minimizando o risco de contaminação. Para se reaproveitar seringas e agulhas é preciso cuidado de se utilizar técnica asséptica e trocar sempre a seringa quando começar a apresentar perda da graduação e a agulha quando estiver romba.