domingo, 10 de outubro de 2010

HORÁRIO DE VERÃO: A hora extra de sol custa caro

O horário de verão tem origem superficialmente científica: seu inventor, o naturalista neozelandês George Vemon Hudson, publicou dois artigos no fim do século 19 defendendo um adiantamento sazonal de 2 horas nos relógios para" aproveitar melhor os longos dias de verão". O apelo princi- pal, porém, sempre foi a economia de energia, pois a presença de luz natural durante o período vespertino reduz a necessidade de iluminação artificial.AAlemanha instituiu o Sommerzeit (horário de verão) como uma maneira de econo- mizar carvão durante a Primeira Guerra Mundial. e até 1918 a Europa, a Rússia e os Estados Unidos seguiram esse exemplo. Os relógios voltaram ao normal durante os anos de paz, mas o horário de verão retomou temporariamente durante a Segunda Guerra Mundial.

Infelizmente, a estratégia pode não resultar em nenhuma economia de energia. Um estudo ainda não publicado do Journal of Eeonomics and Statisfies mostra que regiões que seguiram o horário de verão consumiram mais eletricidade que as de- mais. Os autores atribuíram a descoberta ao maior uso de ventiladores e ar-condicionado durante os dias prolongados do verão.
Outros estudos demonstraram que a adoção do horário de verão pode provocar mais aci- dentes de trânsito (os ritmos circadianos são perturbados, causando privação de sono), depressão (um estudo de 2008 mostrou que há maior probabilidade de homens comete- rem suicídio nas primeiras semanas do horá- rio de verão), e pode até contribuir para o au- mento de risco de ataques cardíacos (há picos de incidência de 5% a 10% na primeira semana depois de os relógios terem sido adiantados, de acordo com um estudo sueco). É um preço alto a ser pago - uma vez que o que George Vemon Hudson queria na verdade eram apenas algumas horas a
mais de sol para coletar insetos.

Fonte:
Texto de John Pavlus, publicado pela Scientific American Brasil, edição de outubro de 2010, ano 8 nº 101

terça-feira, 5 de outubro de 2010

Adequate Sleep Seems Necessary for Effective Dieting, Small Study Finds

Conseguir dormir o bastante pode ter um importante papel na perda de peso, de acordo com um pequeno estudo crossover publicado no Annals of Internal Medicine.

Pesquisadores estudaram 10 voluntários sedentários com sobrepeso em um laboratório do sono por duas semanas: um período foi de sono restrito a 5,5 horas e outro com 8,5 horas por noite (os dois períodos de estudo foram separados por pelo menos 3 meses).

Os participantes perderam significativamente mais massa magra e menos gordura corporal quando dormiram 5,5 horas por noite que quando durmiram 8,5 horas. Além disso, menos sono causou a níveis mais elevados de ghrelina, que aumenta a fome.

Tanto os pesquisadores quanto os editorialistas assinalam que pelo tamanho pequeno da amostra e as condições artificiais deve-se ter cuidado em generalizar as conclusões sem mais pesquisas. Os editorialistas especulam que “talvez o sono deva ser incluído como parte do estilo de vida que tradicionalmente foca-se apenas em dieta e exercício físico”.

Fonte:

Annals of Internal Medicine article (Free abstract)

Annals of Internal Medicine editorial (Subscription required)