domingo, 26 de abril de 2009

Gripe suína - Risco de uma Pandermia

A deflagração de um foco de gripe suína (H1N1) na Cidade do México, com transmissão humano a humano coloca o mundo em risco de uma epidemia em escala mundial (pandemia).

Além de ser um novo vírus, para o qual não há ainda vacina disponível, é naturalmente resistente ao oseltamivir (Tamiflu®). Esta resistência surgiu espontaneamente e não por pressão seletiva, como nas bactérias que expostas aos antibióticos adquirem vantagem ao se tornarem resistentes aos antibióticos.

O oseltamivir (Tamiflu®) é um inibidor da enzima neuraminidase contendo a disseminação do vírus. Quando iniciado nos primeiros dias de infecção diminui a duração e a gravidade da doença, sua administração é em compridos. Outro inibidor da neuraminidase existente é o zanamivir (Relenza®), menos disponível e é administrado por inalação, combatendo o vírus mais no pulmão, ao contrário do oseltamivir que atua em todo o corpo. O zanamivir é efetivo contra o a cepa H1N1 e a possibilidade de resistência espontânea é menor.

A porcentagem de resistência espontânea na cepa H1N1 varia entre as regiões do mundo, 10% nos Estados Unidos, 25% na Europa e assustadores 70% na Noruega. Não há ainda informações precisas para o atual surto na Cidade do México.

Para evitar uma tragédia com milhares ou mais provável milhões de mortos a cooperação próxima e sinérgica entre Organização Mundial de Saúde (WHO), o Centro de Controle de Doenças (CDC) Norte-americano e o equivalente Europeu e a Indústria Farmacêutica é fundamental. A produção de vacinas contra a gripe é um processo lento - os vírus são cultivados em ovos - além de limitado a poucas fábricas no mundo.

Fontes:
N Engl J Med 2009 360(10): 953-956 Global Transmission of Oseltamivir-Resistant Influenza. Anne Moscona, M.D.
Minstério da Saúde do Brasil

segunda-feira, 6 de abril de 2009

Reduzir bebida emagrece mais do que cortar comida, diz pesquisa

por JULLIANE SILVEIRA da Folha de S.Paulo

As calorias ingeridas por meio de bebidas influenciam mais na perda de peso do que aquelas consumidas por alimentos sólidos. A constatação vem de um estudo da Johns Hopkins School of Medicine, que avaliou 810 adultos com idades entre 25 e 79 anos.

Os pesquisadores acompanharam os voluntários por 18 meses e monitoraram a redução de consumo de líquidos e alimentos sólidos. Nos primeiros seis meses, observaram que a redução de somente uma porção de bebidas açucaradas (como refrigerantes e sucos industrializados) foi responsável, isoladamente, pela perda de meio quilo no período.

Já a diminuição de peso foi cinco vezes menor quando houve restrição da mesma quantidade de calorias ingeridas por alimentos sólidos. "A hipótese é que regulamos melhor a ingestão de calorias sólidas do que de líquidas. Isso significa que é mais fácil exagerar quando bebemos do que quando comemos", disse à Folha Benjamin Caballero, professor da Johns Hopkins e líder do estudo.

Para especialistas brasileiros, as calorias ingeridas por bebidas geralmente não são contabilizadas e levam ao exagero de consumo. "Essas calorias são importantes, principalmente se falarmos dos refrigerantes, que têm excesso de açúcar. O consumo dessas bebidas tem crescido em países em desenvolvimento e está nitidamente relacionado à obesidade", diz o endocrinologista Walmir Coutinho, da Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia.

O primeiro mecanismo de regulação da saciedade começa na mastigação e é uma das hipóteses para o explicar por que é mais difícil regular a ingestão de bebidas do que de alimentos sólidos. Ao mastigar e deglutir um alimento, são estimuladas regiões no cérebro responsáveis por regular a satisfação. Outra hipótese está no açúcar presente em boa parte dos líquidos ingeridos. Essa substância é um carboidrato simples de rápida absorção e estimula a produção de insulina, um hormônio que favorece o estoque da energia ingerida em forma de gordura. "A ingestão do mesmo valor calórico em proteínas não engordaria tanto", diz Coutinho. 


Erros

Entre os principais erros apontados pelos especialistas, está a ideia de que suco de frutas tem poucas calorias. "Quando a pessoa precisa perder peso, a opção é sempre ingerir bebidas não calóricas ou usar sucos com muito poucas calorias, como de acerola, limão e maracujá", diz o endocrinologista Márcio Mancini, presidente da Abeso (Associação Brasileira para Estudo da Obesidade e da Síndrome Metabólica).

Outro problema, aponta Mancini, está no uso de isotônicos quando a prática de exercícios não é intensa. Um frasco desse tipo de bebida contém cerca de cem calorias, quase o mesma quantidade presente em um copo de refrigerante. Segundo o especialista, a única bebida com calorias essencial ao organismo é o leite de vaca, por ser fonte de cálcio.

Álcool

Bebidas alcoólicas têm um processo de absorção diferenciado e, no estudo da Johns Hopkins, não exerceram influência na perda de peso de maneira significativa. Isso porque o organismo não tem capacidade de transformar o álcool presente na bebida em gordura. No entanto, bebidas fermentadas e coquetéis oferecem calorias por meio de outras substâncias presentes no líquido.

"No caso do vinho ou cerveja, por exemplo, metade das calorias são normalmente absorvidas pelo organismo", lembra Mancini. Os coquetéis oferecem calorias por meio do açúcar e de outros ingredientes utilizados na preparação.

Fonte: Folha Online