terça-feira, 26 de agosto de 2008

Estudo sugere que nascidos de cesariana têm risco aumentado de desenvolver diabetes tipo 1

A "Press Association" em 26 de agosto de 2008 relata que um estudo publicado online no periódico Diabetologia indica que "nascidos por cesariana tem 20% a mais de chance de tornar diabético tipo 1 na infância". Enquanto "as razões para tal associação não serem claras", os pesquisadores do Queen's University Belfast "pensam que a exposição à bactérias hospitalares possam estar envolvidos". Além disso, o "risco aumentado não pode ser explicado por outros fatores como peso ao nascer, idade da mãe, ordem do nascimento, diabetes gestacional ou se a criança foi amamentada".

O "risco normal de uma criança tornar-se diabética tipo 1 é 3 em 1000" apontou a BBC (em 25 de agosto de 2008). Ainda, o autor do estudo, Dr. Chris Cardwell disse, "Diabetes tipo 1 na infância tem aumentado a prevalência na Europa recentemente, e a taxa deste aumento sugere que fatores ambientais sejam a causa".

Olhando a teoria, os pesquisadores reviram "20 estudos sobre crianças com diabetes tipo 1", reportou o jornal Times (em 26 de agosto de 2008). Os investigadores "encontraram um conjunto de evidencias sobre o risco das cesarianas, que na Inglaterra responde atualmente por ¼ dos partos e no Brasil por mais de ¾, enquanto a taxa recomendada pela Organização Mundial de Saúde é de 10 a 15%.

segunda-feira, 18 de agosto de 2008

Uso Prolongado de Inibidor de Bomba de Prótons (OMEPRAZOL entre outros) pode aumentar o risco de fraturas

Em estudo publicado pelo Canadian Medical Association Journal encontrou que pacientes que tomam inibidores de bomba de prótons – omeprazol entre outros – regularmente for 5 anos ou mais tem uma chance 44% maior de fratura de fêmur comparado aos que não usam estes medicamentos.

Neste estudo, os pesquisadores observaram mais de 60.000 adultos com mais de 50 anos, incluindo quase 16.000 que tiveram uma fratura de fêmur, coluna ou punho devido a osteoporose. Entre os que quebraram o fêmur a chance de tomar inibidor de bomba de prótons por 5 anos ou mais foi 62% mais provável que entre os sem fratura. Entre os que usaram os medicamentos por mais de 7 anos o risco de fratura aumentou 400%.

Os pesquisadores supõem que os inibidores de bomba de prótons possam bloquear a absorção de cálcio, que fortalece os ossos. É digno de nota que para os pacientes com problemas graves de estomago – como úlceras sangrantes – os benefícios superam os riscos. Mas para aqueles usando as drogas rotineiramente para controlar sintomas leves de indigestão é aconselhável consultar um médico para, se possível, tentar outra forma de tratamento.

domingo, 17 de agosto de 2008

Função da tireóide, doença isquêmica cardíaca e idade

Metanálise publicada em agosto de 2008 no JCEM conclui que entre o hipotireoidismo aumenta os riscos de doença isquêmica cardíaca apenas entre as pessoas mais novas (<65 anos). Este achado fornece uma boa esplicação para os resultados discrepantes relatados em estudo prévios e dá suporte ao conceito que hipotireoidismo leve é prejudicial em adultos jovens e de meia-idade, enquanto pode ser sem risco ou mesmo benéfico nas pessoas de idade avançada.

Entretanto antes de se tirar conclusões que possam ser usadas na prática clínica diária deve-se esperar por mais estudos que confirmem que a terapia com levotiroxina precoce no hipotireoidismo será capaz de reverter o risco em pacientes com hipotireoidismo leve.

Fonte:

EDITORIAL:Mild Hypothyroidism and Ischemic Heart Disease: Is Age the Answer? J Clin Endocrinol Metab 2008 93: 2969-2971 [Full Text]

sábado, 16 de agosto de 2008

Hemoglobina glicosilada A1c para varredura e diagnóstico de Diabete Melito

Proposto em consenso patrocinado pela EndoSociety que a hemoglobina glicosilada A1c seja usada para screening e diagnóstico de diabete melito.

Seria considerado screenig positivo, portanto necessitando de uma nova dosagem de A1c ou de testes confirmatórios, valor igual ou maior a 6,5%.

Seria diagnóstico de diabetes melito a dosagem aleatória de A1c (não é necessário jejum) maior ou igual à 6,5% (por método padronizado pelo NGSP) mais confirmação, após jejum de pelo menos 8h, por glicemia de jejum acima ou igual 126 mg/dL ou após teste de tolerância à glicose maior ou igual 200 mg/dL.

Fonte:

Saudek et al. A new look at screening and diagnosing diabetes mellitus. J Clin Endocrinol Metab. 2008, 93(7):2447–2453

Caracterização de Hipertensão Resistente

Hipertensão resistente é um problema comum e aumenta muito o risco de lesão em órgãos alvo. Gaddam e colaboradores compararam prospectivamente 279 pacientes consecutivos com hipertensão resistente com 53 controles. Os pacientes resistentes são caracterizados por níveis altos de: aldosterona plasmática, aldosterona em urina de 24h e peptídeos natriuréticos atrial e cerebral (ANP e BNP na sigla em inglês). Estes achados sugerem que o aumento dos níveis de aldosterona e a associada expansão do volume intravascular a despeito do tratamento contínuo com diurético tiazídico pode ser a causa da resistência à terapia anti-hipertensiva. Análise de regressão linear mostrou que há uma correlação entre os níveis de aldosterona e cortisol urinários, sugerindo um estímulo comum, tal como corticotropina (mais conhecido como ACHT na sigla em inglês), pode ser a causa do excesso de aldosterona nos pacientes resistentes.

Fonte:

Gaddam et al. Characterization of Resistant Hypertension. Arch Intern Med. 2008;168(11):1159-1164.