Adultos que tomam hipnóticos para insônia, mesmo menos de 20 vezes por ano, podem enfrentar risco de aumento de morrer, de acordo com um estudo no BMJ Open.
Usando um banco de dados do sistema de saúde rural, pesquisadores parearam mais de 10.000 adultos que usaram hipnóticos com quase 24.000 que não usaram. O hipnótico mais usado era zolpidem (por exemplo, Lioram) e temazepam (por exemplo, Restoril). Durante 2,5 anos de observação, 6% dos usuários de hipnóticos e 1% de não usuários morreram.
Após o ajuste para comorbidities, uso de hipnótico foi associado com um risco elevado de morte, com o risco aumentando com o número de doses utilizadas. No entanto, até mesmo adultos que tomaram apenas 0,4 a 18 comprimidos por ano tiveram um risco de mortalidade significativamente aumentado em comparação com os não usuários (hazard ratio 3,6). Além disso, a utilização de mais de 18 comprimidos por ano foi associada com risco aumentado de câncer.
Questionado a comentar, Dr. Peter Roy-Byrne, editor-chefe do Jornal Watch psiquiatria, disse: "Enquanto uma conclusão provocativa, é difícil conceber um mecanismo que seria responsável por aumentos na mortalidade com apenas um punhado de pílulas para dormir tomadas anualmente."
BMJ Open article (Free)
quarta-feira, 29 de fevereiro de 2012
terça-feira, 7 de fevereiro de 2012
Consumo de açúcar deve ser regulado, afirmam cientistas
Novo estudo indica que os efeitos danosos do açúcar no organismo são semelhantes aos promovidos pelo álcool; diabetes está entre as doenças que mais causam mortes.
Doenças infecciosas foram ultrapassadas, pela primeira vez na história, por doenças não infecciosas. De acordo com as Nações Unidas, doenças crônicas não transmissíveis como câncer, diabetes e problemas no coração são responsáveis por cerca de 35 milhões de mortes ao ano.
Em comentário publicado na edição desta quinta-feira, 2, da revista Nature, três cientistas da Universidade da Califórnia em San Francisco destacam outro responsável pela mudança na saúde pública mundial, além do cigarro e do álcool: o açúcar.
Os autores afirmam que os efeitos danosos do açúcar no organismo humano são semelhantes aos promovidos pelo álcool e que seu consumo também deveria ser regulado.
O consumo mundial de açúcar, apontam, triplicou nos últimos 50 anos. E, apesar de os Estados Unidos liderarem o ranking mundial do consumo per capita do produto, o problema não se restringe a esse ou a outros países desenvolvidos.
“Todo país que adotou uma dieta ocidental, dominada por alimentos de baixo custo e altamente processados, teve um aumento em suas taxas de obesidade e de doenças relacionadas a esse problema. Há hoje 30% mais pessoas obesas do que desnutridas”, destacaram os autores.
Mas eles destacam que a obesidade não é o principal problema neste caso. “Muitos acham que a obesidade está na raiz de todas essas doenças, mas 20% das pessoas obesas têm metabolismo normal e terão uma expectativa de vida também normal. Ao mesmo tempo, cerca de 40% das pessoas com pesos considerados normais desenvolverão doenças no coração e no fígado, diabetes e hipertensão”, disseram. Eles destacam que a disfunção metabólica é mais prevalente do que a obesidade.
No fim das contas, o problema é maior nos países menos ricos. Segundo o estudo, 80% das mortes devidas a doenças não transmissíveis ocorrem nos países de rendas média ou baixa.
De acordo com os autores do artigo, o cenário chegou a tal ponto que os países deveriam começar a controlar o consumo de açúcar. A regulação poderia incluir, sugerem, a taxação de produtos industrializados açucarados, a limitação da venda de tais produtos em escolas e a definição de uma idade mínima para a compra de refrigerantes.
Mas, diferentemente do álcool ou do cigarro, que são produtos consumíveis não essenciais, o açúcar está em alimentos, o que dificulta a sua regulação. “Regular o consumo de açúcar não será fácil, especialmente nos ‘mercados emergentes’ de países em desenvolvimento, nos quais refrigerantes são frequentemente mais baratos do que leite ou mesmo água”, destacaram.
O comentário The toxic truth about sugar, de Robert H. Lustig, Laura A. Schmidt e Claire D. Brindis, pode ser lido por assinantes da Nature em www.nature.com.
Fonte: http://www.estadao.com.br/noticias/vidae,consumo-de-acucar-deve-ser-regulado-afirmam-cientistas,830533,0.htm
• Public health: The toxic truth about sugar.
Nature. 2012 Feb 1;482(7383):27-9
• Agência Nacional de Vigilância Sanitária - ANVISA
Resolução ANVISA nº 24, de 15 de junho de 2010
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