terça-feira, 8 de dezembro de 2009

Exercício beneficia homem que tem tumor de próstata

Estudo sugere que atividades vigorosas reduzem mortalidade por esse câncer
Atividades físicas melhoram sistema imune e reduzem fadiga e perda de massas muscular e óssea geradas por tratamentos de tumor

Homens com câncer de próstata devem praticar exercícios, sugere um estudo feito com 2.686 pacientes e apresentado no encontro da Frontiers in Cancer Prevention Research, que termina amanhã, nos EUA.
Feita pela Universidade Harvard, a pesquisa mostra que tanto exercícios vigorosos (como natação, corrida e ciclismo) quanto os não vigorosos (como caminhada) diminuem os índices de mortalidade geral -não necessariamente pelo câncer de próstata- nesses pacientes.
Aqueles que caminhavam quatro ou mais horas semanais, por exemplo, tinham um índice 23% menor de mortalidade geral. No caso das atividades vigorosas, houve diminuição inclusive da mortalidade por câncer de próstata: foi de 56% naqueles que praticavam cinco ou mais horas semanais.
Segundo a autora, Stacey Kenfield, trata-se do primeiro estudo populacional amplo a avaliar o impacto da atividade física na mortalidade de pacientes com câncer de próstata. Ela diz que ainda não estão claros quais mecanismos moleculares estão envolvidos nessa associação. "O exercício influencia uma série de hormônios que podem estimular o câncer de próstata, melhora as funções imunes e pode reduzir inflamações. Mas como essas ações moleculares afetam a biologia do câncer é algo que está em estudo", disse à Folha.
Segundo Alexandre Crippa, urologista do Instituto do Câncer do Estado de São Paulo Octavio Frias de Oliveira, diversos estudos vêm mostrando os benefícios do exercício físico para vários tipos de câncer.
Há pesquisas que apontam, inclusive, um efeito preventivo, como uma que foi feita com mais de 45 mil homens e publicada em outubro no "British Journal of Cancer". Os resultados mostraram que apenas 30 minutos diários de caminhada ou ciclismo já previnem a incidência de câncer de próstata. Outro trabalho deste ano, feito com camundongos, mostrou que a prática de exercícios reduz a progressão do câncer naqueles que já tinham a doença.
Para ele, pacientes com câncer devem ser encorajados a praticar exercícios. "Atividades como a musculação podem ajudar a repor a massa muscular perdida com o tratamento hormonal", exemplifica.
O ganho de massa muscular é apenas um dos benefícios citados pelo educador físico Rodrigo Ferraz, pesquisador do laboratório de metabolismo e nutrição da USP (Universidade de São Paulo), que treina pacientes com câncer.
Segundo ele, há evidências de que o exercício reduza significativamente a fadiga, muito comum em quem faz quimioterapia. "O paciente passa a ter uma vida mais funcional", diz. Outro efeito da químio que pode ser minorado com o exercício é a perda de massa óssea.
Ferraz diz que muitos pacientes têm receio de que o exercício piore sua condição. "Antigamente, acreditava-se que a atividade física pudesse debilitar o paciente de câncer e atrapalhar o tratamento. Hoje se sabe que é o contrário", diz.
O fisiologista Turíbio Leite de Barros, professor da Unifesp (Universidade Federal de São Paulo), acrescenta um benefício: o de potencializar as células do sistema de defesa. "Em linhas gerais, o câncer não é impedimento para nenhuma atividade física."
O médico deve ser consultado e o melhor é fazer os exercícios de forma supervisionada e respeitando os limites de cada paciente.

Fonte: Folha de São Paulo, Caderno Equilíbrio 08/12/2009

sexta-feira, 4 de dezembro de 2009

Amamentar pode proteger a longo prazo contra a síndrome metabólica

Noticiado pelo USA Today que "amamentar pode oferecer as mães proteção a longo prazo contra condições ligadas à diabetes e doença cardíaca". Analisando dados sobre "704 mulheres em um estudo ainda em execução sobre fatores de risco cardiovasculares", uma equipe da Divisão de Pesquisa do Kaiser Permanente's encontrou que "quanto mais tempo um mulher amamenta, menores as suas chances de desenvolver síndrome metabólica".

Mesmo amamentando "por apenas uns poucos meses pode significativamente reduzir o risco de desenvolver síndrome metabólica". "Nas mulheres que não tiveram diabetes relacionado à gestação (gestacional), amamentação por um a cinco meses reduziu o risco de desenvolver síndrome metabólica por 39%, enquanto amamentar pelo mesmo período reduziu o risco em 44% nas que tiveram diabetes gestacional".

"Entre as estudadas como um todo, amamentar por mais que 9 meses foi associado com uma redução de 56% no risco de desenvolver síndrome metabólica durante o período de seguimento". Em comparação, "nas mulheres que desenvolveram diabetes gestacional em uma ou mais gestações, a redução de foi de 86%". O estudo que foi patrocinado pelo National Institutes of Health," será publicado no periódico Diabetes.